Produtor aposta na retomada do cultivo do algodão

22/08/2020

As terras que até pouco tempo eram cultivadas com outras culturas de sequeiro, entre elas o milho, agora estão tomadas pelo branco dos capuchos de algodão. São 16 hectares divididos em três áreas, uma no Sítio Barra e outras duas no Santa Clara. O algodão é do tipo herbáceo. A variedade plantada escolhida para o experimento é a BRS-433, transgênico patenteado, de alta resistência as pragas e de boa produtividade.

Empolgado com a produção, o agricultor Raimundo Procópio, que plantou ano passado apenas 5hectares, no sítio Santa Clara, agora, em 2020, aumentou para 15hectares a área. A expectativa é colher 30 toneladas de pluma e caroço. “Inicialmente, a gente fazia uma média de 35 mil quilos, mas o excesso de chuva no início do plantio atrapalhou, porque choveu em março 200mm, na primeira semana que era para ser dividida durante todo o desenvolvimento das plantas. E no final faltou chuva. Mas mesmo assim, espero colher 30 mil quilos. Se Deus quiser, ano que vem pretendo plantar de 30 a 40 hectares. Tive que fazer replantio em abril. Isso atrapalhou nossa produção que ficou atrasada”, mas nem isso desmotivou o produtor.

Nem mesmo o bicudo que, segundo o produtor, apareceu também no finalzinho da safra, desmotivou-o. “Não tem como o bicudo não aparecer. Isso porque a medida é aprender a viver com ele. E o pouco que apareceu não afetou a produção. Isso porque a variedade é resistente e usado produto adequado deu tudo certo. Depois da colheita, vamos ter que arrancar todos os pés. Vamos ter que queimar para o bicudo”, comemora.

Assistência técnica

Segundo Raimundo Procópio, a assistência técnica também é fundamental para o sucesso da boa produção. “O pessoal da Secretaria de Agricultura vem sendo importante nesse processo, porque plantei sozinho antes, e este ano com esse apoio deles tudo mudou e a tecnologia ajuda muito o trabalho da gente. Acompanharam todo processo, desde o preparo da terra, até agora. Estou só esperando a colheitadeira que vem do Cariri, nos próximos dias a gente vai colher tudo aqui”.

Raimundo Procópio espera que outros agricultores se interessem pelo plantio do algodão em Iguatu –

Raimundo Procópio espera que outros agricultores se interessem pelo plantio do algodão em Iguatu. “A maior dificuldade encontrada pelos produtores que a gente vê é a falta de mão-de-obra, falta gente para trabalhar no campo na produção. A colheita atualmente não compensa mais ser manual como antigamente. Tem que ter maquinário”, apontou Venâncio Vieira, secretário de Agricultura e Pecuária de Iguatu.

Retomada

O algodão, chamado de Ouro Branco, já foi uma das principais culturas que movimentou a economia do Ceará, na época dos anos 70, 80, o maior produtor de pluma nacional. O projeto de retomada cultura vem sendo incentivado em vários municípios através de parcerias desenvolvido pela Universidade Federal do Cariri, Embrapa, Ematerce, Adagri e prefeituras municipais. Segundo Venâncio Vieira, ainda é viável o plantio, porque também tem venda garantida.  O preço da arroba (15 kg) é comercializado por R$ 30,00. Por meio dessas áreas experimentais, a expectativa é que a retomada da produção do algodão ocorra em larga escala nos próximos anos. 

São 16 hectares divididos em três áreas, uma no Sítio Barra e outras duas no Santa Clara – FOTO WB
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1 Comentário

  1. Clodualdo Lima Duarte

    Achei interessante, pretendo plantar 10 há, onde posso adquirir as sementes BRS 433 se possível informar contato de algum fornecedor. Obrigado

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