O juízo no Fórum Boanerges de Queiroz Facó, presidido pelo Dr. André Dantas, durou quase 15 horas. Os réus foram condenados à prisão em regime fechado pela morte do estudante Jheyderson de Oliveira. Os dois acusados, apesar de serem apontados de participação na série de homicídios no Sítio Canto, Distrito de Suassurana em Iguatu, passaram apenas pelo primeiro julgamento do conselho de júri na terça-feira, 14.
Pela soma de três crimes: homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores, Gleudson Dantas Barros teve a pena de 21 anos e 07 meses de prisão. O proprietário da casa onde ocorreu a morte, Roberto Alves da Silva, mesmo pesando ainda o crime de posse ilegal de arma de fogo, teve a penalidade de 17 anos e 03 meses de reclusão. Sua pena foi atenuada diante da colaboração na fase de investigação. Ele teve ainda somado mais 1 ano de detenção.
O advogado Mário Leal foi contratado para representar a defesa de Gleudson. O profissional de mais de 40 anos de atuação na região afirmou que vai recorrer da decisão. Já Roberto foi assistido pela defensoria pública. “Nós defensores não temos o papel de buscar a impunidade, não temos esse objetivo. Não se trata de buscar sempre a absolvição, mas sim conseguir, de modo inegociável, um julgamento isonômico, sem os exageros punitivos. Buscamos realizar a melhor defesa possível, mesmo que não receba mais ou menos por absolvição, desclassificação ou redução de pena. Por uma defesa completa e adequada, recebe-se a satisfação pelo cumprimento da Constituição e da legislação penal e processual penal”, disse Mírian Konstantinou.
Após a sentença do colegiado formado por sete representantes, os acusados foram reconduzidos ao sistema penitenciário da cidade de Itaitinga. A promotoria definiu como satisfatória as punições. “O conselho acolheu todas as teses de acusação dos dois acusados. Foi um trabalho árduo e cansativo, mas feito com seriedade, tudo isso com o propósito de trazer o sentimento de justiça a todos”, resumiu.
O crime
Jheyderson foi morto com um tiro na cabeça no dia 23 de maio de 2018. Depois de cinco dias desaparecido, ele foi achado morto enterrado em uma cova no quintal da residência de um dos acusados após intensa investigação.
Saiba mais
Contra os acusados ainda recaem outros três homicídios. Eles são apontados pela acusação por crimes ocorridos em junho de 2017 e maio de 2018. Outro envolvido diretamente nos assassinatos era o adolescente Sâmio Bessa, que se suicidou na cidade de Deputado Irapuan Pinheiro, no Sertão Central.
Na casa onde Jhey foi morto foram encontradas ossadas de Ane Jaqueline da Silva, que se supõe ter sido morta no dia 30 de junho de 2017, após desaparecer da cidade de Deputado Irapuan Pinheiro. Mikael de Souza Melo, outra vítima, segundo a investigação, foi atraído ao local do crime e morto em 12 de outubro de 2017; já Francisco de Assis de Lima, ‘Vilmar’, foi morto em 1º de dezembro de 2017. Apesar de ainda não ter datas para os julgamentos, o Ministério Público (MP) espera que os demais casos passem por julgamento no ano de 2022.
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