“Seja menos curioso sobre as pessoas e mais curioso sobre as ideias“. – Marie Curie

Imunidade de Rebanho

Ciência com Café poderia explorar a Física por trás da perseverance – robô enviado a Marte pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) –, ou tratar sobre sensores ópticos. Entretanto, o atual momento nos “força” a debater sobre a pandemia da COVID-19, haja vista que o esclarecimento dos fatos e descobertas científicas tornaram-se praticamente uma responsabilidade social. Bem como, acima de tudo, afirmações de que sairemos da supracitada pandemia quando atingirmos a escala da imunidade de rebanho devem ser fortemente rebatidas, pois, o preço é muito alto a se pagar por essa posição na escala.

O que é Imunidade de Rebanho?

Há duas maneiras para alcançar a escala da imunidade de rebanho, são elas: quando o vírus não consegue mais se transmitir ou quando o rebanho (a população) está imune por efeito de uma vacina. Fazendo uso de uma metáfora para melhor explicar ao Leitor (a) como o vírus não consegue mais expandir sua cadeia de transmissão, apenas imagine uma sacola plástica em que há bolinhas azuis e de repente uma delas se torna vermelha… Logo após, outra se torna vermelha e assim por diante. Em um dado momento, não mais teremos bolinhas azuis, ou seja, estabilizou a transmissão, o rebanho estará imune. Porém, o preço disso será inúmeras vidas perdidas. 

Heterogeneidade

Em relação a sociedade humana, há parâmetros a serem considerados para atingir a imunidade de rebanho, como, por exemplo, a heterogeneidade. Um artigo de matemáticos da Universidade de Estocolmo, Suécia, publicado pela revista científica Science, trouxeram para as mesas da Ciência e da Medicina resultados significativos sobre a imunidade de rebanho, tomando por base o número de casos de indivíduos contaminados pela COVID19 em países como Espanha, Suécia e demais outros. Os resultados publicados ratificam que é preciso cerca de 43% de indivíduos contaminados para alcançar a imunidade de rebanho, isso em uma sociedade estruturada dentro de uma específica heterogeneidade.

Vietnã

O país asiático Vietnã tornou-se objeto de referência em relação ao “freio” da cadeia de transmissão da síndrome respiratória causada pela COVID-19. Em nenhum momento esperaram pela imunidade de rebanho ou pelo “milagre” de uma vacina do dia para a noite… Pelo contrário, fecharam suas fronteiras, testaram em massa, identificaram os pontos mais vuneráveis, isolaram e deram suporte aos contaminados. Por fim, o Vietnã teve apenas 747 casos confirmados com apenas (e infelizmente) 10 mortes. Estamos falando de um país que tem generosa dimensão territorial e é populoso.

Mesmo Idioma

A Ciência como um todo, falando o mesmo idioma, afirma que o isolamento é fundamental e crucial. Todavia o governo federal aponta sempre na direção oposta, como um vetor no plano cartesiano multiplicado por menos um, personificando com maestria o conto da mulher do piolho. Caro (a) Leitor (a), você não vai encontrar um epidemiologista digno desse nome que te diga que está na hora de abrir. São mais de mil mortes diárias! Se a Ciência não for escutada, permaneceremos no ciclo vicioso das ações obtusas, o que não é mais uma elipse, uma sabida figura de sintaxe.

Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA