Passado o período da quadra chuvosa, os reservatórios cearenses apresentaram boa recarga hídrica. Dos 155 reservatórios monitorados pela COGERH – Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, houve recarga de 5,19 bilhões de metros cúbicos. O açude Dr. Carlos Roberto Costa, o Trussu, saiu de menos de 2% antes do inverno, obtendo aumento em mais de 20% no aporte.
O bom acumulado no Trussu tem formado um grande espelho d´água. A recuperação do reservatório renova a esperança dos moradores. Diferente dos últimos oitos anos, quando a região sofreu com a escassez hídrica, este ano, com bom aporte, a água vai assegurar o abastecimento humano e garantir a reserva dos poços utilizados para produção agrícola e pecuária. “Choveu bem graças, a Deus. A gente via a hora do Trussu não pegar tudo isso que pegou porque estava seco mesmo. Não chegou nem perto de sangrar, mas o que pegou foi uma graça. A gente sabe que não vão soltar água dele pela válvula, mas tem poço com água, tem barreiro com água. Tem cacimbão aqui que pegou muita água. Vamos ter água para fazer pasto e dá de beber aos nossos bichos”, comemorou o agricultor José Pereira dos Reis, presidente da Associação de Moradores do Sítio Volta.
Sem desperdício
De acordo com a COGERH, os três maiores açudes estratégicos do Ceará, Castanhão, Orós e Banabuiú registraram aportes saindo do nível crítico que estavam até o início da quadra invernosa deste ano. O Orós foi o que apresentou o maior aporte, 23%, o Castanhão está em 15%, e o Banabuiú acumula 14%. “Em decorrência do bom período chuvoso que tivemos em 2020, os reservatórios também terminaram a quadra chuvosa de uma maneira bem satisfatória. Por exemplo, o Orós que começou a quadra chuvosa com menos de 5%, terminou com quase 28%. O Trussu começou com menos de 4%, terminou em torno de 24%. Neste segundo semestre, esses reservatórios garantem principalmente o abastecimento humano dessas cidades até a próxima quadra chuvosa”, ressaltou Anatarino Torres, gerente regional da COGERH.
Dos 155 reservatórios monitorados pela COGERH, houve recarga de 5,19 bilhões de metros cúbicos. Segundo melhor índice desde 2011, quando foi registrado 7,84 bilhões de metros cúbicos. “Houve recuperação expressiva dos volumes acumulados em quase todas as regiões. Ainda há regiões com dificuldades, em alerta, como podemos citar os casos da Região Metropolitana de Fortaleza e Baixo Jaguaribe”, apontou Aderilo Alcântara, secretário executivo da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará – SRH.
Apesar da boa recarga hídrica, a orientação é não desperdiçar água, principalmente neste segundo semestre do ano, quando é o período mais seco.
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