O agricultor Jozias Lucas caminha por uma grande área na propriedade da família dele, no Sítio Aroeiras, no Distrito José de Alencar, que foi atingida por um incêndio de grandes proporções e destruiu o pasto que seria dado como alimentação para a criação de gado.
“Era para o gado está comendo hoje aqui, mas o que a gente está vendo, só a terra coberta de cinza. O fogo aqui destruiu tudo nessa parte. Tivemos que colocar o gado em outra área com capim, já escasso também. Ficamos felizes com o bom inverno, deu pra fazer água e pastagem, mas depois desse incêndio, agora, estamos no prejuízo. Não sabemos nem em quanto de valor financeiro, esse prejuízo vai render pra gente”, lamentou.
De acordo com agricultores, o fogo teria começado no lixo em um “monturo”. Devido aos fortes ventos, as chamas se espalharam atingido propriedades rurais, devastando mais de 50 hectares de vegetação, no Sítios Aroeiras e Baixas. O incêndio teria começado por volta de meio-dia. Antônio da Silva perdeu 10 hectares de pasto, além de cercas completas. “As perdas pra mim passam dos R$ 10 mil, isso em pastagem e cercas, muitas estacas que não consigo mais, e todo o arame perdido. Fazia tempo que não tinha fogo por aqui. Acho que o último foi há três anos, mas não foi assim tão grande. Esse agora só não devastou mais áreas porque a gente apagou muita coisa. Os bombeiros estiveram aqui apagando também. Se não tinha ido embora até casa. O fogo chegou pertinho da nossa”, descreveu Antônio Alves.
Iguatu lidera queimadas
De acordo com comando do Corpo de Bombeiros em Iguatu, os registros de incêndios em vegetação têm ocorrido mais frequência neste período, praticamente em todas as regiões do interior cearense. Na Região Centro-sul, Iguatu lidera o índice de queimadas, são mais de cinco por dia em média. Segundo um levantamento feito pelos Bombeiros, a maior parte dos incêndios, mais de 80% acontecem de forma desconhecida e muitas deles às margens de estradas e rodovias. “Tem aquela situação da prática de alguns agricultores que preparam a terra para o plantio limpando com fogo. Devido à tradição, mas muitas vezes acabam perdendo o controle e provocam essas grandes tragédias, destruindo não só áreas de pasto, mas também vegetação nativa, destruindo a fauna e a flora. Recentemente, o fogo devastou mata nativa da na região da Serra de Cruz de Pedras, um dos locais que realizamos a soltura de animais capturados”, comentou o tenente-coronel Nijair Araújo, comandante do 4º Batalhão dos Bombeiros de Iguatu.
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