As terras que até pouco tempo eram cultivadas com outras culturas de sequeiro, entre elas o milho, agora estão tomadas pelo branco dos capuchos de algodão. São 16 hectares divididos em três áreas, uma no Sítio Barra e outras duas no Santa Clara. O algodão é do tipo herbáceo. A variedade plantada escolhida para o experimento é a BRS-433, transgênico patenteado, de alta resistência as pragas e de boa produtividade.
Empolgado com a produção, o agricultor Raimundo Procópio, que plantou ano passado apenas 5hectares, no sítio Santa Clara, agora, em 2020, aumentou para 15hectares a área. A expectativa é colher 30 toneladas de pluma e caroço. “Inicialmente, a gente fazia uma média de 35 mil quilos, mas o excesso de chuva no início do plantio atrapalhou, porque choveu em março 200mm, na primeira semana que era para ser dividida durante todo o desenvolvimento das plantas. E no final faltou chuva. Mas mesmo assim, espero colher 30 mil quilos. Se Deus quiser, ano que vem pretendo plantar de 30 a 40 hectares. Tive que fazer replantio em abril. Isso atrapalhou nossa produção que ficou atrasada”, mas nem isso desmotivou o produtor.
Nem mesmo o bicudo que, segundo o produtor, apareceu também no finalzinho da safra, desmotivou-o. “Não tem como o bicudo não aparecer. Isso porque a medida é aprender a viver com ele. E o pouco que apareceu não afetou a produção. Isso porque a variedade é resistente e usado produto adequado deu tudo certo. Depois da colheita, vamos ter que arrancar todos os pés. Vamos ter que queimar para o bicudo”, comemora.
Assistência técnica
Segundo Raimundo Procópio, a assistência técnica também é fundamental para o sucesso da boa produção. “O pessoal da Secretaria de Agricultura vem sendo importante nesse processo, porque plantei sozinho antes, e este ano com esse apoio deles tudo mudou e a tecnologia ajuda muito o trabalho da gente. Acompanharam todo processo, desde o preparo da terra, até agora. Estou só esperando a colheitadeira que vem do Cariri, nos próximos dias a gente vai colher tudo aqui”.
Raimundo Procópio espera que outros agricultores se interessem pelo plantio do algodão em Iguatu. “A maior dificuldade encontrada pelos produtores que a gente vê é a falta de mão-de-obra, falta gente para trabalhar no campo na produção. A colheita atualmente não compensa mais ser manual como antigamente. Tem que ter maquinário”, apontou Venâncio Vieira, secretário de Agricultura e Pecuária de Iguatu.
Retomada
O algodão, chamado de Ouro Branco, já foi uma das principais culturas que movimentou a economia do Ceará, na época dos anos 70, 80, o maior produtor de pluma nacional. O projeto de retomada cultura vem sendo incentivado em vários municípios através de parcerias desenvolvido pela Universidade Federal do Cariri, Embrapa, Ematerce, Adagri e prefeituras municipais. Segundo Venâncio Vieira, ainda é viável o plantio, porque também tem venda garantida. O preço da arroba (15 kg) é comercializado por R$ 30,00. Por meio dessas áreas experimentais, a expectativa é que a retomada da produção do algodão ocorra em larga escala nos próximos anos.
Achei interessante, pretendo plantar 10 há, onde posso adquirir as sementes BRS 433 se possível informar contato de algum fornecedor. Obrigado