Pequenas empresas se reinventam diante do “novo normal”

19/09/2020

A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus vem realizando mudanças diretas e indiretas no funcionamento das empresas. Muitos negócios, principalmente os ‘pequenos’, tiveram que fechar, outros empreendimentos estão se reinventando para se manter no mercado.

Em Iguatu, o cenário não tem sido diferente. Quem continua ou arrisca entrar no mercado tem que seguir novos conceitos nessa ‘nova realidade’. Os segmentos da alimentação, através dos fast-food, têm se destacado, mas para isso tem todo uma estrutura e logística por trás.

Por exemplo, vender alimentos hoje, diante dessa nova situação que enfrenta o mundo, não é só mais ter uma cozinha bem equipada, equipes de funcionários e espaço para receber ou esperar pelos consumidores. Diante desse “novo normal”, o setor tem que ir em busca de estratégias não só mais para atrair as pessoas, mas também ofertar os mesmos serviços e produtos com segurança sanitária, e ir além: conseguir chegar até a casa dos consumidores. De acordo com o consultor empresarial Fabrício Freitas, o segmento de culinária rápida, os chamados fast-food, tem sido favorecido, principalmente por ofertar produtos mais rápidos no preparo e condicionamento para entrega. Os restaurantes que não trabalhavam com entrega, tiveram que adicionar esse serviço para continuar vendendo. “Essa pandemia afetou quase que a economia inteira, então o setor de alimentos, de serviços, na verdade, não foi tanto prejudicado por fazer parte das atividades essenciais. E quem pensou, investiu nessas alternativas não só vender o alimento, mas inovar, agregando valores ao produto e vem conseguindo pelo menos se manter no mercado. O delivery foi um dos principais investimentos, facilitando que esses produtos chegassem mais rápido na casa do consumidor, justamente porque as pessoas estão mais tempo em casa”, declarou.

A internet tem sido outra ferramenta importante aliada na divulgação dos produtos e serviços

“A economia, na verdade, está ressurgindo. Muitas pessoas perderam o emprego. Mais de cinco mil pessoas perderam o emprego. Muitas dessas pessoas que não têm esperança de serem contratadas novamente, surgiram como novos empreendedores, criando seu pequeno negócio e estão se dando bem. Mais uma pessoa inserida na nova economia do nosso país. Além disso, criando até novos empregos”, complementou Fabrício.

Internet e delivery

A internet tem sido outra ferramenta importante aliada na divulgação dos produtos e serviços. “Mas antes de investir, tudo passa pelo planejamento. Tem que planejar, pesquisar o mercado, conhecer bem os fornecedores, o produto que vai vender e principalmente a logística, como é que esse produto vai chegar até o consumidor. O delivery surgiu como esse aliado, até mesmo como gerador de renda extra, principalmente para muitos moto-taxistas, que estavam parados. Agora com essa reabertura de algumas atividades, e muitos deles estão trabalhando nessas entregas à noite”, destacou o consultor.

De acordo com o consultor empresarial Fabrício Freitas, o segmento de culinária está em alta

Segundo ainda Fabrício Freitas, os consumidores passaram a comprar os produtos e serviços por meio de aplicativos. As redes sociais ajudaram a alavancar as vendas.

Cardápio diferenciado

Ainda de acordo com o Fabrício Freitas, o número de pessoas desempregadas e sem renda poderia ser bem maior. Muitas dessas pessoas partiram para a informalidade ou montaram seu próprio negócio. Foi o que fez Monaísa Albuquerque que abriu um pequeno negócio no Bairro Areias. A aposta também foi no ramo da alimentação. “O diferencial da gente, além da entrega, é que apostamos em ofertar um cardápio diferenciado. A cada semana lançamos um produto novo, começamos a coxinha de 500 gramas, nosso carro-chefe, mas também o que vem despontando é a lasanha”, ressaltou a empreendedora.

Pizzas e pastelão

Diante de perdas nas vendas da confeitaria que chegaram a 95%, o culinarista Roberto Júnior teve que rever uma estratégia para se reinventar e continuar tocando o negócio. A aposta foi trazer para o Iguatu a vendas de salgados e massas, principalmente pizzas e pastelão. A estrutura da empresa que funciona anexa à casa dele vem passando por ampliação e reforma para se adequar a essa nova realidade.

Roberto Júnior conta com o apoio da esposa Liliane Custódio e uma equipe de auxiliares e entregador. “Tivemos que trazer os produtos que a gente vendia na Casa de Massas, do sítio para a cidade. Tivemos uma queda drásticas nas vendas dos bolos e tortas. A ideia foi passar a vender pizzas, salgados e o nosso apreciado pastelão. Graças a Deus, vem dando certo. A aceitação dos nossos produtos tem crescido cada vez mais. Para isso tivemos também que investir em entrega, o delivery era um serviço que a gente não tinha”, ressaltou.

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