Comer bem e de forma saudável, um dos maiores desafios da sociedade brasileira no século XXI

30/11/2020

Jader Filho (Estudante de Medicina, pré-universitário)

No Brasil, segundo a Constituição de 1988, a alimentação é direito de todos. Contudo, segundo a ONU, cerca de 20% da população brasileira vive em estado de desnutrição. Paralelamente a isso, segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), cerca de 55% dos brasileiros estão acima do peso ideal. Portanto, é dever do Estado e da sociedade civil tomar medidas que incentivem a educação alimentar e agir de forma mais incisiva para combater a desnutrição no País.

De fato, a desnutrição é um problema que atinge milhões de brasileiros. Esse problema se dá por conta da ineficaz distribuição de alimentos e, muitas vezes, porque as pessoas que sofrem com essa condição não possuem renda para manter sua alimentação. Nesse contexto, de acordo com o Datasus, nos anos de 2009 a 2017, morreram, no Brasil, cerca de 17 pessoas por dia devido à desnutrição. Além disso, de acordo com a ONU, em 2019, foram registrados mais de 40 milhões de pessoas em estado de desnutrição. Em decorrência disso, muitos brasileiros não possuem condição de viver com dignidade. A perpetuação desse problema se dá, principalmente, por conta da baixa eficácia governamental em cumprir as legislações existentes que garantem o direito à alimentação de todos os brasileiros.

Em contrapartida a esse estado de desnutrição, o Brasil apresenta um alto índice de pessoas que apresentam sobrepeso ou obesidade. Isso se dá, majoritariamente, devido à falta de campanhas sobre educação alimentar, causando a desinformação de muitos jovens e adultos. Desse modo, uma pesquisa de 2015 feita pelo IBGE atestou que crianças que têm aulas de educação alimentar apresentam menos chance de se tornarem adultos obesos. Além disso, segundo a ABESO, os homens são as principais vítimas de obesidade e sobrepeso.

Portanto, para minorar o problema da desnutrição no Brasil, é dever do Governo, por meio de maiores investimentos, criar projetos que auxiliem as pessoas necessitadas a ter condições de se alimentar, a fim de reduzir o número de pessoas que sofrem com esse problema, como o fornecido pela ONU, além disso, urge o tratamento das sequelas que esse problema causou, para que essas pessoas possam recuperar sua dignidade como ser humano. Também convém à sociedade civil, por meio de protestos pacíficos, cobrar aulas a respeito de educação alimentar e o acesso facilitado aos profissionais da área de nutrição, com escopo de tratar aqueles que já são obesos e evitar que mais jovens possam adquirir essa condição.

* Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte

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