Quadrilhas juninas intensificam ensaios

25/05/2019

Junho está chegando e com ele vêm as tradicionais festas típicas da época. Período também em que as quadrilhas seguem verdadeiras maratonas de apresentações. Nessa reta final de ensaios, os grupos realizam últimos detalhes, passos, cenários e vestimentas para que tudo saia conforme foi planejado.

No meio de tudo isso, muitos brincantes se desdobram contra o tempo para participar do ensaios e apresentações. “Pra gente não falta disposição e nem animação. no sangue. Sempre fui fã do grupo junino Sol Nascente. Desde 2015, quando recebi o convite para participar, fiquei muito feliz. E estamos aí. Todos juntos pelo amor a nossa cultura nordestina e paixão pelo nosso grupo”, destaca o farmacêutico e brincante Luís Paulo Ferino, que não mede esforço para participar dos ensaios. “Meu dia é bem puxado. Digo que tenho vida própria mesmo só depois da meia-noite. Porque divido meu tempo na farmácia, na faculdade ensinando e ainda estudo para mestrado, e os ensaios. Mas vale a pena”, acrescentou.

Ritmo de atividade não diferente de muitos outros brincantes: estudantes, profissionais liberais, professores, donas de casa, comerciantes, vendedores que durante os ensaios se transformam em ‘brincantes’, como são chamados integrantes de grupos juninos.

Brincantes se desdobram contra o tempo para participar do ensaios e apresentações

Desde o início deste mês que os ensaios começaram a seguir um ritmo mais puxado. Nas últimas semanas, a quadrilha ensaia até mesmo no sábado, domingo. É o fim da folga. Tempo de muita dedicação e de poucas horas de sono pra gente”, complementa Luís Paulo.

E assim, damas e cavalheiros a postos. Ao som do regional, os ensaios técnicos acontecem. E logo a quadra da Escola João Paulino, no bairro Jardim Oásis, fica tomada, todos dançando, seguindo a música, com passos bem sincronizados.

Desde o início deste mês que os ensaios começaram a seguir um ritmo mais puxado

“Nosso ritmo é intenso assim mesmo. Nossos ensaios fazemos como se fosse apresentação. Até porque o que fizermos aqui tem que sair bem feito. Não podemos desanimar”, interpela Alberlândia Silva, noiva da quadrilha.

A maratona de apresentações para o grupo inicia a partir da primeira semana de junho. “São muitos dias de ensaios. As coreografias precisam ficar impecáveis”, destaca Okélio Alves, noivo da Sol Nascente e coreógrafo. “Ainda existem ajustes para serem feitos, mas o espetáculo está quase pronto”.

Os trabalhos começaram bem antes dos ensaios. Os grupos juninos estilizados são um show à parte. Além dos passos, há cenários, vestimentas e enredo. “Tudo isso são muitos dias, até meses de pesquisa, estudo e discussões acerca do tema que é escolhido. São no mínimo uns oito meses de preparação até aqui”, afirma Paulinha Matias, rainha e presidente do grupo.

Este ano a quadrilha faz uma homenagem aos severinos, retirantes nordestinos. A história será contada e lembrada numa releitura da obra “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto. O grupo junino Sol Nascente é uma das quadrilhas mais tradicionais de Iguatu. São cerca de 13 anos de história e resistência para continuar mantendo a tradição.

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