O verde da produção de arroz cobre uma grande faixa de terra, nas áreas de vazantes do açude Orós, no Sítio Tabuleiro, na região do Distrito de José de Alencar, em Iguatu. Neste ano, foram cultivados cerca de 300 hectares do grão no município, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Pecuária. Ano passado o plantio de arroz não chegou a 50 hectares, queda provocada pela escassez de água, que resultou em grandes secas nos últimos anos.
Este ano a situação está bem melhor, segundo produtores rurais. “Tá bom, porque não plantamos ano passado. Não teve água, cavamos poço, sem encontrar água no subsolo. Já este ano, com 6 metros de profundidade a gente já encontra água, e de qualidade e muita água. Porque o arroz precisa de água e aqui a gente tem o suficiente para usar sem estruir”, comemora o produtor rural Fabiano Brito.
A recarga hídrica do açude Orós, que está com cerca de 21% da capacidade de água, ajudou a retomada da produção. Outro fator também que tem deixado produtores animados é o preço de comercialização do produto, neste segundo semestre do ano. A saca de 60kg do grão em casca, que chegou a ser vendida por R$ 45,00 entre 2018 e ano passado, atualmente chega em média a R$ 105,00 na roça. “De certa forma compensa porque o comprador vem até aqui na roça, e o produto já sai daqui todo vendido. O lucro não chega a ser muito lato, mas de certa forma ajuda a gente a ir se mantando”, ressalta o produtor rural José Bento Teixeira, mais conhecido como Dezim.
Cadeia produtiva
Com a retomada da produção este ano aqui no município, a colheita deve seguir até o final deste mês. A expectativa, segundo os produtores, é que sejam retirados do campo mais de 15 mil sacas de 60 kg de arroz. O cultivo do arroz gera também trabalho e renda. Na época de colheita tem o operador da máquina, o pessoal para ensacar o arroz, tem os carregadores, o motorista que vem pegar o grão, as beneficiadoras que conseguem manter seus funcionários. É uma cadeia bastante produtiva e o melhor toda produção é destinada para usinas de arroz, daqui de Iguatu e cidades da região”, aponta Dezim.
Os produtores reclamam que falta mais incentivo por parte dos governos federal e estadual para essa cadeia produtiva, principalmente no tocante à energia. “Seria interessante que houve planejamento que ajudasse a gente por exemplo a baratear essa energia que a gente paga. Em média pago R$ 5 mil por mês, só com energia. Fora os outros insumos e serviços que a gente tem que fazer até chegar aqui no ponto da colheita. O lucro acaba praticamente em nada. Quando dá pra empatar, tudo bem”, afirma Fabiano Brito.
Incentivo
O açude Orós nesse mesmo período do ano passado estava apenas com 5% da capacidade de armazenamento. “O inverno este ano favoreceu à produção agrícola e pecuária em nosso município, não foram chuvas regulares que atingissem todas regiões, mas o que choveu proporciona o desenvolvimento da produção em Iguatu, como a gente está vendo essa do arroz. Produtores estão investindo também em melhoramento da produção, com sementes de alta germinação. O que rende em média de 9 a 11 mil quilos de arroz por hectare. Isso é bom. Esperamos que o inverno próximo ano seja ainda melhor”, destaca Venâncio Vieira, secretário de Agricultura de Iguatu, afirmando que a secretaria, através do uso dos tratadores, fez o preparo de solo para incentivar ainda mais a produção agrícola no município.
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