O Parnasianismo foi uma das mais importantes escolas literárias do Ocidente. As obras imortais de Thèophile Gautier, Heredia, Leconte de Lisle e no Brasil a Tríade Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo Correa, entre tantos outros bardos, serão sempre referência máxima para a verdadeira literatura.
Costumo qualificar o Parnasianismo como o último e genuíno suspiro da poesia clássica. Primou pelo Orna et Lima horaciano como máximo preceito. Representou a pureza do cânon e da norma. Por isso foi perseguido pelo vulgar Modernismo e pelo arrogante século XX. Categoricamente afirmamos que os versos parnasianos valem muito mais do que todo o Modernismo e, é certo, do que a bastarda pseudopoesia que hoje se faz.
Quando jovem, mal saído da infância, fiz versos ultrarromânticos à Álvares de Azevedo. Depois tornei-me Decadentista-Simbolista d’aprés Augusto dos Anjos e Alphonsus de Guimaraens. No intervalo entre as duas escolas fui parnasiano convicto.
Modestamente ofereço ao leitor um dos nossos sonetos. Alexandrinos clássicos. Uma homenagem também ao maior general romano, Caius Iulius Caesar.
UM BUSTO DE CÉSAR
“When Caesar says : “do this”, its performed”
Shakespeare, in Iulius Caesar
A um canto do museu, hierático, sisudo,
Numa efígie talhado e a mirar o infinito…
Pode a pedra conter os séculos e tudo
Da humana condição num tão débil granito?!
César, o vencedor das Gálias, ora mudo;
Dos séculos detém o sufrágio bendito.
Da glória desfrutou, dos leitos de veludo,
Mas à traição caiu pelas mãos de um precito.
Inimigos venceu, bárbaros subjugou;
Roma fez imortal, mas da fama e da glória
Tão somente uma estátua, eis tudo o que restou!!!
Mas quando a luz recai sobre a marmórea face,
Algo da Eternidade a César dá a Vitória
E a Romana Legião para sempre renasce!!!
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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