Até que se prove o contrário, não vimos nenhuma comprovação inconteste de corrupção do sr. Jair Bolsonaro. Dito isto, o amigo leitor talvez deva se perguntar: mas por que, afinal de contas, recai tanta ira sobre o presidente da república? Os epítetos de fascista, miliciano e afins não saem da boca de qualquer pseudointelectual de esquerda.
Ocorre, prezado leitor, que essa ira não é a mesma quando o assunto é o líder -e os seus – do partido envolvido nos maiores escândalos de roubos, superfaturamentos e toda sorte de manobra do dinheiro público, como sendo seu, como sendo dessa máfia inescrupulosa (sim, o patrimonialismo a todo vapor, o estamento burocrático descarado, o espólio criminoso, chame como quiser… no final, chegam a ser basicamente a mesma coisa).
Como a mente desses petistas e simpatizantes sofre do eterno mal do esquecimento e de inocentar os seus bandidos de estimação, cabe a nós, que não esquecemos, de lembrá-los das peraltices do “Nove-Dedos & cia.”
Mensalão: O primeiro grande escândalo descoberto durante o governo Lula, em 2005, denunciou compra de votos de deputados com dinheiro público desviado com ajuda do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares e Marcos Valério. O esquema foi revelado por Roberto Jefferson e chefiado, conforme as investigações da época, pelo ex-ministro José Dirceu.
Renúncia de Palocci: Em março de 2006, ainda sob o governo Lula, Antônio Palocci renunciou ao cargo de ministro da Fazenda. A renúncia aconteceu depois da acusação de que ele teria chefiado o esquema de corrupção na época em que era prefeito de Ribeirão Preto. Palocci teria cobrado “mesadas” de até R$ 50 mil mensais de empresas que prestavam serviços à prefeitura para os cofres do PT.
Prisão da cúpula: Em outubro de 2012, oito anos após a explosão do escândalo do mensalão, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha. Em agosto de 2014, Genoino pediu progressão de regime e passou a cumprir a pena em casa, assim como Delúbio e Dirceu.
Faxina de Dilma: No primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2011, perderam o cargo sob suspeita de malfeitos os ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Mário Negromonte (Cidades). Dilma enfrentava a primeira turbulência no poder.
Lava-Jato: O juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal conduziram as investigações do maior escândalo de corrupção do país, com o foco inicial no desvio de recursos da Petrobras. O PT é um dos partidos com o maior envolvimento no esquema de corrupção, ao lado do PP, MDB e PSDB.
Delcídio do Amaral delator: O ex-líder do governo, o senador Delcídio Amaral foi preso em flagrante ao tentar comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró. Em negociação para firmar acordo de delação, Delcídio implicou Dilma e Lula no escândalo da Petrobras. Afirmou que ambos atuaram para melar a Lava-Jato. O MPF concluiu que ele mentiu no depoimento e chegou a pedir que a delação dele fosse cancelada.
Impeachment de Dilma: Em parecer unânime, o Tribunal de Contas da União (TCU) acusou a ex-presidente Dilma Rousseff de prática de pedaladas fiscais (manobras contábeis), que foram consideradas crime de responsabilidade fiscal. Partidos de oposição se uniram, formalizaram pedido de impeachment na Câmara, acatado pelo então presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ), em dezembro de 2015. O afastamento da petista foi avalizado no Senado em 31 de agosto de 2016.
Lula preso: Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente se entregou à Polícia Federal em 7 de abril de 2018.
Como podemos constatar, não é o que se fala ou faz, mas quem fala ou faz. Se for a esquerda, “tá de boas”. Eles são assim, dois pesos e duas medidas…
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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