A Revolta da Vacina de 1904
A Revolta da Vacina foi um motim popular ocorrido entre 10 e 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Seu pretexto imediato e estopim da revolta foi uma lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, mas também é associada a causas mais profundas, como as reformas urbanas que estavam sendo realizadas pelo prefeito Pereira Passos, as campanhas de saneamento lideradas pelo médico Oswaldo Cruz e contra o governo autoritário de Rodrigues Alves, então presidente do Brasil. Neste contexto, pergunto-me se o Brasil que não é o gigante que dorme, mas um gigante com sistema nervoso incompleto, passa por uma nova Revolta da Vacina no contexto da COVID-19.
Enfrentamento daquilo que é brutalmente malévolo
O enfrentamento daquilo que é brutalmente malévolo que assola a humanidade atualmente, a pandemia da COVID-19, faz com que a Ciência, como um todo, busque soluções de maneira incansável em diversos segmentos, passando pela inteligência artificial a biologia moderna. Porém, com o advento – sem levar em conta o significado litúrgico da palavra – da digitalização em massa, o negacionismo científico se prolifera por meio das redes sociais (principalmente) – com seus respectivos “soldados” com doutorado no Facebook e mestrado no WhatsApp – na luta contra a divulgação da “verdade” científica, como, por exemplo, o imunizante da COVID-19. Lembrando que Pilates perguntou a Jesus o que era a verdade e O Mestre não respondeu.
“Eu dou um doce se…”
Como um apaixonado pelo meu país Ceará, jamais posso esquecer das minhas raízes, costumes e frases prontas. Bem como um cientista que sou, não poderia me calar diante o negacionismo científico que insiste em ser um câncer em metástase – mesmo sabendo que a supracitada metáfora é milenar. Portanto, “eu dou um doce se” provar o porquê de não ser vacinado – exceto o nicho das gestantes –; apresentar justificativas inteligentes (e não beócias) do porquê promover políticas anti-vacinação; por que escuta as fofocas da rua e não a sabedoria da Ciência? Porém, há uma vacina contra as fake news: o conhecimento. Uma cabível e singular explicação. Aproveitemo-la!
A vacina da COVID-19 produzida pela Oxford, instituição de pesquisa que tem quase mil anos de história, laureada com 30 prêmios Nobel e berço do físico Stephen Hawking, teve sua eficiência/eficácia contestada pelo presidente da República – que não sabe fazer a vogal “O” com um “quengo do coco”. A pesquisa científica não é infalível, porém, indica sem dúvidas que as vacinas são o caminho indispensável para a melhoria da vida humana. Não se basear em fake news, e sim, em décadas e décadas de pesquisas sólidas e no método científico que apontam para um único ponto: vacinas são, inquestionavelmente, as ferramentas para promover a estabilidade da saúde humana. O bom da Ciência é que ela não é crença, ela é, no momento, o que temos de melhor para concluir alguma coisa.
Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA
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