Na terça-feira, 16, a chuva de 75mm foi suficiente para deixar alagadas algumas ruas e avenidas do centro de Iguatu. Não é a chuva que causa transtorno, mas a falta de estrutura devido aos problemas que ocasiona que prejudica principalmente comerciantes e moradores de pontos que comumente ficam alagados.
“Eu costumo vir pra cidade bem cedo, venho de bicicleta. Mas fiquei parado um bom tempo esperando a água baixar pra passar, porque não dá pra pedalar por conta da correnteza da água. E ligeiro tudo fica alagado”, lamentou o agricultor Antônio de Souza.
Não só quem tentou passar de bicicleta, mas também motoristas não se arriscaram a colocar o carro no rio formado no cruzamento entre as ruas Gustavo Correia Lima e Coronel Virgílio Correia. Além desse ponto, outros locais também no centro ficaram alagados, trechos das ruas Deocleciano Bezerra e professor João Coelho e também da avenida Agenor Araújo, dificultando o trânsito de veículos e a passagem de pedestres. Na avenida Dr. Carlos Roberto Costa, (Perimetral) quem precisou ir para o trabalho buscou abrigo debaixo de marquises. Outras pessoas com mais presa encararam a chuva. “É o jeito. Tem que enfrentar a chuva logo cedo da manhã. Já tô atrasada para o serviço, ainda tenho que comprar o pão. Seria bom que dessem um jeito nisso. Toda chuva é assim”, cobrou a empregada doméstica Maria Alves.
Providências
De acordo com Demir Amorim, superintendente do SAAE, medidas estão sendo tomadas para amenizar esses alagamentos. “Iguatu por si é uma cidade muito plana, onde os escoamentos são muito lentos. Tem essas pequenas bacias de concentração, nessas regiões do centro principalmente. Então como o centro é todo asfaltado, essa água toda converge para essas bacias e o escoamento da água que desce para o lado da lagoa da Bastiana está estrangulado por conta dos sucessivos assoreamentos que, no decorrer do tempo, acabam sendo muito lentos porque a lagoa estava sangrando muito lenta também para o canal da Bevenuto Mendonça”, afirmou.
Marcos Ageu ex-superintendente do SAAE, e atual secretário de trânsito, explica que toda água da chuva que vem da praça da Caixa, da CDL, desde a Matriz e do lado da Estação Ferroviária se concentra nessa microbacia. “Tem algumas bocas de lobos que passam por baixos dos prédios e descem por baixo da igreja Presbiteriana que tem na 15 de novembro. De lá desce para a lagoa da Bastiana, essa água vem carreando todo material suspenso, areia e vai acumulando dentro do canal pluvial. Nas limpezas que são feitas, já foram retiradas garrafas pet, coco, dentro dessas bocas de lobo. Isso já estrangula um pouco essa vazão”, apontou, informando que nesta semana foi aberto o canal da Bevenuto Mendonça com uma máquina de esteira até chegar no canal do aeroporto. “Então isso começou a dar fluidez à lagoa da Bastiana, que começou baixar de nível. Além de outros canais em outros pontos sendo interligados nesses cursos de água. Com a época de estiagem além do pessoal descartar objetos que não devem ser jogados no lixo de forma irregular, a gente observou que alguns desses canais estavam assoreados. E ali nessa região do centro envolvendo esse cruzamento da Coronel Virgílio Correia vai ser preciso fazer um aumento de diâmetro. Provavelmente com os recursos da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) a gente vai abrir ali entre a 15 de novembro com a professor João Coelho, aquele beco da coronel Virgílio Correia para sair na lagoa da Bastiana para resolver aquele problema. É a única solução que tem”, complementou Ageu.
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