O que o cidadão acha do lockdown?

20/03/2021

Que o lockdown não é bom para ninguém, isso todos nós já sabemos. Mas as opiniões se dividem e se divergem quando cada um expressa seu pensamento sobre o tema. Nesta edição, no fechamento da primeira semana de mais um ‘isolamento rígido’ em Iguatu, mediante as polêmicas que cercam o assunto, o jornal A Praça, cumprindo fielmente seu papel de informar e equilibrar as opiniões dos leitores, foi às ruas para perguntar aos moradores, ‘o que você acha do lockdown?

 

“O Lockdown na cidade de Iguatu é necessário tendo em vista o número alastrante de casos e óbitos. Todavia é fundamental a esse episódio, intervenção de políticas públicas que auxiliem os trabalhadores, de maneira mais direta, os que dependem do comércio, os autônomos e ambulantes por não atuarem de forma remota. É uma situação delicada, multifatorial e que atinge com intensidade o sustento da família desses pais e mães que se encontram desamparados. Que vivamos a prevenção, mas que vivamos com condições de mantermos o pão na mesa, com a dignidade e respeito”.

Analícia Vieira-
acadêmica de Pedagogia na UECE FECLI, professora de Reforço Escolar

“Olhando para esse lockdown aqui em Iguatu e no Estado, vejo que é totalmente desnecessário. É triste a gente olhar para o centro comercial de Iguatu, perceber os empresários, comerciantes, todos querendo trabalhar, mas não podem. Acho que daria para todo mundo trabalhar e conviver, desde que respeitemos as medidas de prevenção. Se o momento já é difícil, com pessoas adoecendo, pessoas perdendo seus entes queridos, pior é da maneira como está. Se houvesse mais fiscalização com rigor, visando prevenir, pra que todos seguissem as normas; uso do álcool em geral, distanciamento social e máscara, talvez fosse mais viável e permitisse o funcionamento de tudo, sem apelar para medida mais rígida como essa”

Nailton Albuquerque Batista, 29
Servidor Público

 

“Eu acho que o lockdown não resolve o problema da transmissão e avanço do vírus, simplesmente porque não resolveu da outra vez, então eu acredito que desta vez também não vá resolver. Veja que agora o comércio está fechado, mas quando o lockdown acabar que o comércio voltar a funcionar vai continuar da mesma forma, ou seja, as pessoas se aglomerando, gente sem usar máscara. Acho que se cada um tivesse feito sua parte e respeitado as regras dos decretos e protocolos, não precisaria de outro lockdown”. (Sem foto)

Natália Holanda Nunes, 34
Assistente Comercial

 

“Eu acho que não está tendo lockdown, porque a maioria dos prédios do comércio, estão abertos e se era para fechar, tinha que fechar tudo. Essa é minha maneira de ver. Eu nunca nem tinha escutado sobre o ‘lockdown’, só depois que vi a primeira vez, no ano passado e estamos vendo agora novamente é que a gente assemelha o que significa, contudo ainda acho que o lockdown não impede a transmissão do vírus. Não dá para acreditar vendo a situação como está. Principalmente porque não há cumprimento das exigências e medidas de prevenção, por parte de algumas pessoas, que por exemplo, nem usam a máscara”.

Talia Alexandre,23
Atendente de Balcão

 

“Na minha opinião eu acho que esse negócio de decretar fechar tudo não resolve a transmissão desse vírus, acho que ele vai continuar avançando. Para mim o que resolve é cada um fazer sua parte e tomar os devidos cuidados, usando a máscara, higienizando as mãos, mantendo a distância, mas o que a gente vê, em todo lugar são pessoas descumprindo essas medidas. E a gente não vê nenhum órgão fiscalizando e determinando o cumprimento. Veja as casas lotéricas todas cheias, banco todos cheios, filas grandes nos bancos, até do lado de fora, por isso acho difícil resolver fechando o comércio. O correto seria cumprir as regras, mas vejo muitos desrespeitando”

Cícera Félix, 46
Empregada Doméstica

 

“Olhando pelo aspecto da filosofia do problema, eu concordo, porque vejo que está correto, uma vez que o isolamento deve existir, porque realmente reduz a transmissão do vírus, já que a transmissão ocorre através do contato com uma pessoa contaminada ou uma superfície de alguma coisa infectada. Veja que os países que adotaram medidas rígidas em relação à circulação de pessoas conseguiram baixar seus índices de transmissão, já os que se abriram os casos aumentaram. A gente vê as pessoas criticando o isolamento, mediante a questão do direito de ir e vir do cidadão, mas antes disso é preciso observar que o direito do cidadão de ‘ir e vir’ está subordinado a um direito maior da população que é ter saúde. Lockdown é uma medida dura, mas necessária, contudo os governos devem proporcionar às suas populações, os cidadãos, os meios para que não falte o essencial para sua sobrevivência. Estamos diante de uma questão de saúde pública coletiva, que é muito maior do que qualquer interesse individual e o cidadão pobre que vive do subemprego ou do ‘bico’, aquele que está desempregado, esse é quem realmente fica mais vulnerável à crise e necessita de auxilio, principalmente porque sem ter as condições básicas de sobrevivência ele não vai ficar em casa. Não basta só decretar, sem oferecer as condições para que o cidadão cumpra o lockdown”

Márcio Alves, 50
Bancário

 

“Olha o lockdown pode até barrar o avanço do coronavírus, as autoridades dizem que diminui a circulação do vírus, mas o problema que isso traz, fechando tudo é que os comerciantes ficam no prejuízo; eles ficam sem poder trabalhar e sem vender eles não podem pagar seus empregados. Então, se por um lado é bom porque as pessoas ficam em casa, para evitar de pegar a doença, mas por outro lado é ruim porque quem é comerciante fica sem poder trabalhar, essa é minha opinião”

Joaquim José da Silva, 66
Servidor Público

 

Lockdown em síntese é o que o estado impõe aos cidadãos, tendo esses que obedecer, e significa ‘bloqueio, fechamento total’. Num quadro de pandemia como o país está vivenciando, a medida adotada pelos governos é a mais rigorosa a ser tomada e tem por objetivo diminuir o avanço do Coronavírus e suas variantes. Normalmente a medida é oficialmente reconhecida através de Decreto assinado e publicado em órgão oficial pelo prefeito, governador, ou Presidente da República.

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