Há uma semana, desde sábado passado, quando o comércio não essencial segue de portas fechadas, com as medidas de isolamento mais rígidas estabelecidas pelo Governo do Estado que a situação tem refletido diretamente no setor varejista local. A intenção do governo de acordo com orientações técnicas de especialistas é diminuir a presença de pessoas circulando sem necessidade pelas ruas da cidade, para frear a disseminação do vírus. Mas nem todos concordam e muitas pessoas acabam desrespeitando essas determinações. No centro da cidade, não é difícil encontrar calçadas com uma grande circulação de pessoas, filas nos bancos e agências lotéricas, além da presença de ambulantes e feirantes que tentam driblar a fiscalização e escapar da crise financeira. “Nós sabemos o quanto é necessário os cuidados que todos devemos ter com nossa saúde, se todas as pessoas respeitassem acho que não seria necessário fechar mais nada nesse momento. Manter distanciamento, usar máscara e deixar de fazer festas e bebedeiras desnecessárias neste momento. Fecham o comércio sem necessidade. O que precisa é de fiscalização, para orientar e não fechar e nem perseguir a gente que desse trabalho da rua tenta levar comida pra casa”, opina o vendedor ambulante Abrantes Lima.
Com essas novas medidas, o comércio de calçados e roupas entre outras atividades está trabalhando de portas fechadas, como estratégias de vendas cartazes nos portões disponibilizam contato para vendas por aplicativos. “Estamos seguindo o decreto. Estamos de portas fechadas. Sem vendedores apenas fazendo entrega nas casas dos clientes. Os vendedores continuam ofertando os produtos de casa mesmo pelas redes sociais. E aquela venda que acontece o entregador vai deixar na casa do cliente. Estamos fazendo isso seguindo os decretos”, ressalta Angélica Souza, gerente administrativa de uma loja de calçados e acessórios.
E quem tá em casa, teme perder a vaga no mercado de trabalho. As medidas de segurança sanitária mais rígidas dividem a opinião de muitas pessoas. “Eu sou vendedora, tenho medo de perder meu trabalho, que já foi tão difícil de conseguir. Não haveria necessidade de fechar nada. Não tinha movimento mesmo. Pode passar no centro de Iguatu a tarde que só tinha vendedores nas lojas esperando os clientes que não apareciam. Como é que uma loja sem movimento faz aglomeração?”, indaga a vendedora Maíle Costa, esperando ansiosa para voltar ao trabalho. “Agora é interessante que a medida fecha pra uns outros e outros não, se é pra fechar era pra ser pra todo mundo. O vírus sabe qual loja deve entrar ou não? Não dá pra entender isso”, complementou um comerciante que preferiu não ser identificado.
Pelo menos duas equipes da vigilância sanitária estão fiscalizando o comércio, com apoio da Guarda Municipal, Demutran e equipes da Polícia. Na semana passada uma igreja evangélica foi autuada por realizar um encontro com dezenas de jovens e um restaurante, que estava funcionando com clientes no interior fazendo consumação. De acordo com a coordenação da Vigilância Sanitária de Iguatu, desde o início da pandemia, as ações no município foram pautadas em fiscalizar e orientar principalmente, e atuar quando desobediência às determinações de acordo com os decretos governamentais. “Ainda há uma certa resistência por parte de alguns comerciantes. Nós sabemos que todos estão exaustos, cansados. Mas se as recomendações e determinações são essas para evitar a transmissão do vírus, devemos cumprir. Vamos continuar fiscalizando seguindo essas orientações”, explica Samuel Bezerra, coordenador da Vigilância Sanitária de Iguatu.
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