Virgínia Coelho (diretora da Escola Philia e membro da Associação das Escolas de Iguatu)
Em março de 2020, a vida seguia seu rumo normal! Um passado não muito distante. Nosso trabalho? Educar, fortalecer vínculos, socializar, cuidar, etc. O que fazemos? Empregamos, geramos renda, fortalecemos a sociedade e enriquecemos currículos. De repente, mais precisamente dia 17 de março algo novo nos arrebatou, nos amedrontou e mudou o curso da vida um vírus surgido no oriente apelidado de Coronavírus/covid-19 parou o mundo. A escola e seu instinto de preservação de cuidado foi a primeira a fechar. No primeiro momento o medo nos fez reféns, tudo muito novo e desconhecido, não havia estudos, comprovações científicas ou embasamento teórico na história que nos permitisse uma luz. E vieram os primeiros “15 dias”. Depois mais 15 mais 15, 15, 15 e aqui estamos mais de 1 ano passou, e isso foi se tornando cada vez mais constante. Durante todo esse período só se falava em “digital”, “online”, “remoto”, recursos que até então eram apenas utilizadas no nível superior em cursos nos quais o discente tem autonomia e independência, o que não era nosso caso. Vieram os descontos, o fechamento da educação infantil, chegarmos ao mês de setembro as coisas se encaminhavam para a reabertura. O ensino híbrido já era uma alternativa, mas a educação teve mais uma barreira, a campanha eleitoral e por 3 meses o vírus desapareceu, não existiam mais testes, confirmados ou boletins informativos, pesquisas então, só eleitorais. 2021 chega e finalmente a tão esperada retomada, investimos mesmo sem perspectivas e sem muitas condições. Depois de um ano de dúvidas e incertezas, a palavra da vez era “biossegurança”, e assim mais e mais equipamentos entravam em nossas escolas. O ano letivo iniciou, alegrias, saudades, máscaras, aferir temperatura, troca de máscaras e aula remota. E assim o funcionamento seguia com protocolos e mais protocolos. UFA! A escola se adaptou e em quase 4 meses seguimos cumprindo sem quebras os protocolos. Nossa fiscalização diária? A Família e os alunos, que por sinal foram muito bem orientados a cumprirem as regras da escola.
O vírus, aquele que tinha sumido nas Eleições, pois é, na verdade ele não tinha sumido, havia apenas sido deixado em segundo plano já que as eleições e as festas de final de ano precisavam acontecer. E o VÍRUS mostrou a sua força, e logo se adaptou, trazendo variantes e dizendo em letras garrafais “EU NUNCA SUMI”, quem pagou o preço mais alto de novo? Como sempre, SAÚDE E EDUCAÇÃO. Nossos governantes mostraram mais uma vez que a educação pode esperar, entretanto, sabemos que não. As empresas também não podem mais, são centenas de profissionais que ficarão desempregados diretamente, e indiretamente. O governador do estado flexibilizou os decretos e nos deu o direito de retornar gradativamente até o fundamental 2. Os protocolos firmes e fortes, lockdown? Em Iguatu nunca aconteceu. Só para Educação que desde o início sofre as idas e vindas dessas medidas criadas sem a mínima leitura e ou embasamento teórico. Crianças estão adoecendo sim, mas mentalmente, a evasão escolar está trazendo de volta o trabalho infantil, a prostituição, os abusos dentre outras mazelas que também foram também foram esquecidas. As crianças e adolescentes pedem socorro! A educação pede socorro!
O município deixou mais uma vez a educação da livre iniciativa sem respostas e sem participar das decisões e diálogos referentes às suspenções. Nos respaldamos sim, vamos com a ciência até o fim e ela defende a retomada. Ednaldo Lavor, nosso representante, o que fará para garantir a retomada da educação escolar? Qual o real propósito deste decreto feito de improviso onde só atinge a educação, nos tratando como vilões pandêmicos o que não somos? E para vocês o que é essencial?
Essencial é o que alimenta a alma, o conhecimento e coloca comida na mesa do trabalhador.
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