Casal iguatuense adota crianças de 03 e 06 anos

15/05/2021

Família completa_ Thayná Alves Bezerra, 33, Anastácio Neco de Souza Filho, 36 e os filhos, Pedro Henrique

O sonho de ter filhos, que um dia pareceu distante para o casal iguatuense Thayná Alves Bezerra, 33, e Anastácio Neco de Souza Filho, 36, realizou-se mais cedo do que eles imaginavam. Thayná e Anastácio adotaram recentemente duas crianças, Carlos Davi (6) e Pedro Henrique Bezerra Neco (3). São os filhos que eles buscavam para completar a família. Adotar uma criança, além da realização maternal e do gesto de amor, é também um manifesto de solidariedade.

Thayná parece ter a solidariedade em seu DNA. Ela já foi notícia aqui neste periódico por coordenar o projeto ‘Marias’ que arrecada produtos de higiene íntima, objetivando formar kits de higiene para doar a mulheres carentes e detentas do sistema carcerário.

O projeto dos filhos já estava nos planos dela e do esposo, mas precisou ser adiado há 8 anos, quando a gravidez dela foi interrompida. Thayná afirmou que ter filho biológico era uma opção do casal, mas eles sempre pensaram em adotar.

A maratona do casal começou em 2018 na vara da Infância da Justiça de João Pessoa-PB, onde o casal faz doutorado na UFPB, na área de Educação Física. Na época eles se propunham adotar crianças com até 05 anos de idade, um perfil diferente de pais candidatos à adoção, já que a maioria só quer crianças recém-nascidas. Thayná lembra que até curso de ‘Pretendentes’ à adoção ofertado pela vara da Infância de João Pessoa, ela e o esposo fizeram no ano de 2019.

No final do ano passado o casal veio morar em Iguatu, mas continuou a procura pelos filhos para adotar, e com um detalhe: agora eles topavam adotar com até 07 anos e grupo de até 03 irmãos. Parecia que o encontro entre Thayná, Anastácio e os futuros filhos estava cada vez mais perto.

Expectativa e alegria

Tamanha foi a felicidade do casal, quando no dia 15 de abril, a vara da Infância de Beberibe-CE entrou em contato informando que tinham dois irmãos para adoção. No dia 22 de abril, Thayná e Anastácio viajaram para conhecer o abrigo onde as crianças estavam. Segundo ela, era uma fazenda de uma comunidade chamada Piamarta que oferta gratuitamente educação para crianças e adolescentes carentes, e mantém parceria com o Estado do Ceará, servindo também de abrigo para acolher crianças das cidades da região metropolitana de Fortaleza. “Nós ficamos hospedados lá na própria fazenda, o que fez com que tivéssemos contato diário com todas as crianças do abrigo, incluindo nossos filhos”, lembrou Thayná.

Foram dias de muita expectativa e uma alegria que parecia querer explodir a todo momento. No dia 30 de abril, eles receberam a ‘guarda provisória’ das crianças. Enfim, eles e os dois filhos puderam fazer a primeira viagem juntos, voltando para casa.

De acordo com Thayná, as crianças estão totalmente adaptadas ao novo lar, à nova família, a casa e até na escola. “Tudo que eles queriam era uma família, são ótimos meninos, estão interagindo muito bem com o ambiente novo, a escola e o restante da família, avós e tios”, frisou.

Thayná e Anastácio estão felizes e realizados com a chegada dos filhos, mas ressaltam que nem toda história de adoção tem um bom final. O casal lembra que os abrigos estão lotados de crianças, muitas delas com o desejo de encontrar uma família, só que o maior entrave é a lentidão da justiça e concluir os processos. Além disso, outro empecilho são as tentativas da justiça em devolver as crianças para os pais biológicos, quando muitas vezes a relação entre eles já sofreu muitos desgastes e houve a quebra dos vínculos afetivos.

 

Grupo de Apoio à Adoção

Thayná frisou que a falta de informação é outra pedra no caminho de quem quer adotar e de quem quer ser adotado. Ela que faz parte de um grupo intitulado ‘Grupo de Apoio à Adoção’ lembrou do processo de ‘Adoção Legal’ que permite com que mães biológicas quem não desejem ficar com os filhos, têm o direito de entregar as crianças para a Vara da Infância, para que elas sejam adotadas. “Muitas mulheres não querem os filhos e acabam entregando para qualquer pessoa, mas seria importante elas saberem que elas devem procurar a justiça, e que não é crime, é um direito delas e inclusive de terem sua identidade mantida em sigilo”, ressaltou. De acordo com Thayná, em Iguatu ainda existem muitas adoções ilegais e isso pode acarretar num leque de problemas no futuro, quando a parte mais afetada por ser a criança.

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