Milena Bomfim
Psicóloga Obstétrica/Perinatal
@milenabomfimpsicologa
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 15% da população sofre com problemas para engravidar. No mundo, estima-se que sejam 80 milhões de casos. Destes, 8 milhões seriam somente no Brasil.
Diversos fatores contribuem para o aumento destes índices, entre eles as mudanças culturais e econômicas, que levaram muitas mulheres a priorizarem suas formações profissionais e carreiras nas últimas décadas e fizeram com que os casais buscassem a gravidez em idades cada vez mais avançada, acima dos 35 anos.
Nos Estados Unidos, uma em cada 5 mulheres tem seu primeiro filho após os 35 anos. No Brasil, dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) mostram o aumento na proporção de nascimentos de bebês em mães com 40 anos ou mais.
Outro motivo seria o estilo de vida da população, que está mais exposta a fatores inflamatórios do organismo, como a alimentação, o uso de cosméticos e a poluição. Também não se pode deixar de mencionar os fatores emocionais, como o aumento significativo do estresse, ansiedade e depressão na população em geral, os quais afetam na saúde e no metabolismo, interferindo inclusive na fertilidade do casal. No último ano, devido ao contexto de pandemia pelo Coronavírus, os aspectos psicológicos têm sido agravados em toda a população. A Psicóloga Obstétrica/Perinatal Milena Bomfim, que atua com foco nos problemas emocionais da infertilidade, reforça que essa é uma área que necessita de muita atenção e cuidado.
A jornada de quem sofre pela dificuldade de engravidar e ter filhos requer um enorme investimento físico, financeiro e emocional, estando todos interligados. É importante ter uma equipe interdisciplinar que possa realizar os procedimentos técnicos de forma assertiva e humanizada, que vão desde o diagnóstico até todas as etapas de tratamento, solicitadas quando necessárias e possíveis. Já o atendimento psicológico é fundamental para a compreensão dos sentimentos do casal e é um espaço de elaboração de emoções e sofrimentos, tais como ansiedades, medos, frustrações, vergonhas, culpas, dentre outros. As cobranças pessoais, familiares e sociais também estão muito presentes e tudo isso pode refletir em alterações emocionais significativas no casal e na família.
“Dói no fundo da alma ver uma mulher grávida ou com um bebê nos braços, parece que uma faca entra em meu coração. Ao mesmo tempo, me sinto culpada e com vergonha de sentir isso. O medo de não conseguir me deixa sem ar.” Este é o relato de uma mulher que teve duas perdas e está em processo de investigação de diagnóstico.
O mês de junho é o mês de Conscientização da Infertilidade e é um momento propício para divulgarmos informações que ajudem aos casais alcançarem a realização de seus sonhos: ter um bebê em casa.
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