Os integrantes do recém-criado SINDUSCON – Sindicato da Construção Civil, regional Centro-Sul, estão preocupados com o atual cenário nacional no setor da construção civil, no que se refere à aprovação das cartas de crédito para financiamento dos imóveis por parte da Caixa Econômica Federal – CEF. Na noite da quinta-feira, 13, os diretores do sindicato se reuniram para debater o tema.
A reunião aconteceu na sede da empresa provisória da entidade, na Rua Nicanor Gomes de Araújo, no bairro Esplanada. Os diretores do sindicato, a maioria, profissionais envolvidos no setor da construção, querem tornar o assunto público visando a evitar prejuízos ainda maiores no setor. Segundo eles, o momento é de cautela por conta das novas regras editadas pelo governo. Além do presidente Kaoma Pereira, (FOTO) estavam presentes o vice-presidente Coelho Neto, o 2º vice-presidente Carlos Alberto de Oliveira Júnior, o diretor de planejamento Erlon Teixeira Mendonça, o direto social Luiz Emiliano Rodrigues de Araújo, o diretor de relações institucionais Jorge Tadeu Rolim, e o diretor de obras Marcos Ageu Medeiros Soares.
Segundo os representantes, a tendência é que até dezembro haja muito arrocho no setor ocorrendo inclusive demissões. Por conta disso, a economia do país, dos estados e municípios deve sentir os efeitos. As lideranças sindicais e empresários do setor estão apreensivos, com medo que restrição ao crédito da Caixa possa aprofundar a crise do setor que já se arrasta desde o ano passado. Eles chamam a atenção para que os construtores só iniciem obras de imóveis residenciais após a carta de crédito do cliente aprovada.
Efeito dominó
De acordo com o presidente Kaoma Pereira, o governo endureceu bastante as regras para aprovação de cartas de crédito, consequentemente a liberação de recursos, o que irá provocar um efeito dominó afetando todo o mercado do setor, incluindo a área de comercialização de material de construção, indústria, e de serviços, onde está concentrada grande massa de trabalhadores. Conforme Kaoma, o setor da construção civil enfrenta uma das maiores crises já registradas. Ele informou que está havendo muita restrição na liberação de crédito, porque o governo está seguindo regras do Banco Central visando a não aumentar a inadimplência no setor. “Numa matemática simples, se o cidadão ganha um salário de R$ 5 mil e ele compromete, por exemplo, R$ 4 mil com outros gastos, muito dificilmente ele vai conseguir aprovar uma carta de crédito para comprar uma casa”, afirmou. Kaoma Pereira lembrou que o tema é preocupante, já que Iguatu é um dos municípios do estado com grande influência da construção civil na economia local, envolvendo contratação de mão de obra, venda e financiamento de terrenos e material de construção. Segundo ele, a construção civil abrange grande leque da economia e à medida que há restrição do governo na concessão de crédito para o setor, os efeitos negativos na economia podem ser devastadores.
Superintendência da CEF
Kaoma Pereira informou que esteve esta semana na sede da superintendência da Caixa Econômica, em Fortaleza, onde foram recebidos pelo superintendente da CEF e levaram reivindicações do setor com o questionamento sobre o grande número de cartas de crédito desaprovadas ou condicionadas, ou seja, é quando o mutuário solicita um financiamento e este é concedido em parte. Na ocasião, ele se fez acompanhar do vice-presidente do SINDUSCON/CE, José Carlos Braide Nogueira da Gama. Na superintendência da CEF, os dois representantes ouviram a informação de que as novas regras fazem parte da nova política da instituição para o setor imobiliário. A recomendação é que haja cautela na execução de projetos na área para evitar danos maiores, ou seja, a CEF não fala em cancelamento de crédito, mas adverte que as novas regras em vigor atendam a análises bem mais criteriosas, para evitar aumento de inadimplência.
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