Lojistas reclamam da invasão dos espaços públicos por camelôs

05/06/2021

As imagens que foram publicadas em grupos de whatsapp e repercutiram em Iguatu, de um comércio cada vez mais informal e agora a ocupação irregular de espaços públicos

Esta semana um grupo de empresários e lojistas de Iguatu se manifestou junto às entidades representativas do comércio solicitando que as lideranças lojistas intermedeiem um diálogo junto ao poder público, no sentido de adotar medidas para organizar o uso dos espaços públicos da cidade pelos camelôs, considerando a legislação vigente (leis de uso e ocupação dos espaços públicos) do município.

A gota d’água para o manifesto dos lojistas e outros comerciantes foi a postagem de imagens de áreas do centro ocupadas por mercadorias, de camelôs oriundos de outras regiões. Na Praça da Matriz, ao lado da Av. Dr. João Pessoa, um camelô se instalou, inclusive com a exposição de mercadorias no chão. Em outros locais da cidade o fato tem se repetido, como um espaço ao lado do Largo da Telha (cartão postal de Iguatu), onde um grupo levantou uma barraca no canteiro central e começou a atuar comercializando milho-verde, feijão e outros produtos. Este fato se repete em outros locais e aumenta a cada dia.

Presidente da CDL, Francisco José Mota Luciano ‘Dedé Duquesa’ frisou que as entidades voltarão a se reunir com os órgãos competentes para debater o agravamento da crise no comércio informal

A reclamação mais pertinente dos comerciantes diz respeito aos camelôs que, indiretamente, acabam afetando economicamente o comércio formal, já que a maioria dos ambulantes não têm alvará, não pagam tributos, nem recolhem taxas, pois trabalham na total informalidade prejudicando sensivelmente a vida econômica da cidade.

Fiscalização e organização

O presidente da CDL, Francisco José Mota Luciano, ‘Dedé Duquesa’, elencou que este tema já foi amplamente debatido em reuniões da entidade, mas, segundo ele, houve poucos avanços na organização dos espaços, pelo poder público e os camelôs continuam avançando. O presidente informou que assim que passar a pandemia, a CDL vai agendar reunião e convidar as demais entidades do comércio, bem como representantes do município para debater o tema e encontrar soluções. “Vamos, através do diálogo, encontrar uma saída para este problema, porque está atrapalhando o comércio”, ressaltou.

O SINDILOJAS também foi procurado para se posicionar mediante a situação. O presidente Carlos Tadeu Rodrigues Rolim disse que vê com preocupação a situação. “O município tem que reorganizar o centro da cidade, regularizar alguns camelôs, colocando-os nos seus devidos espaços, de modo que possa solucionar esse problema da ocupação desordenada”, lembrou. Carlos Tadeu declarou que os empresários e lojistas defendem que o município tome uma atitude sobre a gravidade que se instalou na cidade. O presidente defendeu que os órgãos fiscalizadores devem atuar com rigor para evitar problemas maiores no futuro.

Carlos Tadeu ressaltou que existem camelôs que vêm de outras regiões e ocupam os espaços aleatoriamente e isso precisa ser organizado. Tadeu também denunciou que algumas lojas estão invadindo os espaços das calçadas e até dos estacionamentos para expor produtos e isto, segundo ele também é ato infracional, passivo de fiscalização por parte dos órgãos competentes. “Acho que a hora é de buscar soluções e o município precisa organizar, regularizar e colocar os camelôs em local adequado, para que todos possam trabalhar e defender seus salários”, finalizou.

Camelódromo

A reportagem procurou a secretaria de Trânsito e Cidadania para falar sobre o tema. O titular da pasta, Marcos Ageu, informou que a questão dos camelôs está sendo acompanhada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município, inclusive há uma proposta em andamento do novo secretário Sá Vilarouca de construir um camelódromo num terreno anexo ao Largo da Telha, para acomodar a categoria de trabalhadores informais.

Quanto à utilização dos espaços públicos há duas competências, conforme explicou Ageu. Sobre praças e passeios é com o Desenvolvimento Urbano; do meio fio para a via diz respeito ao trânsito e Mobilidade urbana.

Segundo o secretário Já ocorreram algumas reuniões intersetoriais em cima do levantamento realizado pelo setor de Desenvolvimento Econômico, que deverá culminar com a criação do ‘camelódromo’ no terreno em frente ao colégio Polos. “Estamos em um momento delicado de pandemia com índice de desemprego altíssimo, isso faz com que muitas pessoas migrem para o comércio informal”, ressaltou. De acordo com Marcos Ageu, a fiscalização, quanto as licenças ou não, cabe ao setor de tributos. O secretário frisou que no seu entendimento o ideal será viabilizar um local adequado e oficial, para que a partir daí a fiscalização possa agir como mais rigor, inclusive com relação a ocupação de passeios por comércios formais.

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