Animais abandonados nos versos de Murilo e Rivamoura

03/07/2021

Acontece na cidade, dia a dia vamos vendo animais abandonados que aos poucos vão morrendo distante de solução. Só as ONGS vão agindo, são poucas as adoções. Eles se reproduzindo, cachorro, gato e latido, miau bichano alarido, pelos cantos vão surgindo.

Nesta edição A Praça, Murilo Barroso costurou com Rivamoura Teixeira seus versos com muita dor, denunciando os fatos, mostrando com gravidade, esta falta de amor.

Vem cá leitor do jornal, opine quando quiser, animais abandonados é um fato social, passam fome, frio e sede, e nem sabem reclamar, pedem comida com os olhos, porque não sabem falar.

Controle e natalidade nunca sequer foi pensado, enquanto isso os bichos se procriando aos bocados, gato, cachorro e filhote, bicho e homem, lado a lado.

Rivamoura Teixeira e Murilo Barroso

 

O poeta canta a lua

Detalhes, belezas puras,

Mas também canta as agruras

Com mal não compactua

Quando vai cantar a rua

Toda sofrença, os ais…

Vendo pobres animais

Abandonados, jogados,

Pelos homens maltratados

Ele sofre igual aos tais.

(Rivamoura)

 

Diariamente, cresce, ainda mais

Em todos os centros urbanos

A presença de seres irracionais

Desprezados por seus donos.

São inúmeros cães e gatos

Sobrevivendo aos maus-tratos

Gerados por perversos animais.

Iniquidade que corta o coração

Dos poucos, que sentem compaixão

No frio mundo, dos entes racionais.

(Murilo)

 

Todo dia a gente escuta

Falar que cachorros, gatos…

Serem vítimas de maus-tratos

Tratados de forma bruta

Vamos mudar a conduta

Criar uma nova ação

Na corrente de união

Pra valorizar a vida

Não é fácil e a saída

É o debate e a discussão.

(Rivamoura)

 

É bem triste o que se ver

Pelas ruas e praças da cidade.

Muitos caninos e felinos, à mercê

De alguma, remota, caridade.

Digo bondade, que recolhe e acata;

Por exemplo, como a ONG VIRA LATA,

Que alimenta e cuida dos feridos,

Amorosa e imbuída de sanar,

Mas, sozinha, não pode escutar

Todos os miados e latidos.

(Murilo)

 

Este errado tratamento

Antes já acontecia

Aí veio a pandemia

E tudo teve um aumento

Mas o novo pensamento

Prima pela humanidade

É ato de caridade

Pois há vida em questão

Abra o amor no coração

E forte sensibilidade.

(Rivamoura)

 

Precisamos abrir nossos ouvidos

E fazermos uma forte parceria.

Vamos cuidar dos seres preteridos,

Abandonados pelas mãos da covardia.

Vamos zelar o gato e o cão,

Recolhendo, fazendo castração;

Além do bem, reduzimos as zoonoses.

Façamos com amor essa adoção.

Não querendo, contribua com a ração,

Pois você não faz parte dos algozes.

(Murilo)

 

Só se escuta é a miadeira

É zueira, latideira,

Relinchos na estribeira

Ajudam no ganha-pão

Animais em apartamento

Coleira dando tormento

E o poeta pede alento

Nos 8 pés de quadrão.

(Rivamoura)

 

Quero me doar a essa empreita,

Na busca de uma solução.

Apesar de redundante, a receita,

Não vem ganhando a necessária atenção.

Nós, o setor público e o privado

Temos o dever de irmanados,

Controlarmos esta proliferação.

Do contrário seremos uma só raça,

Vivendo pelas ruas, pelas praças,

À mercê de verossímil situação.

(Murilo)

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