Faleceu aos 83 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, o radialista aposentado Edilson Rolim. Antônio Edilson Correia Rolim foi um pioneiro no rádio iguatuense. Iniciou a carreira na antiga Rádio Iracema. Foi um contemporâneo, ao lado de outro pioneiro, Lindenor Osterne. Lindenor é considerado até hoje um desbravador do rádio iguatuense tendo dado, ao lado de Edilson Correia, importantes passos para a consolidação do rádio em Iguatu, numa época bem mais difícil, ainda nos anos 70.
Edilson faleceu na madrugada desta sexta-feira, 30, na Otoclínica, em Fortaleza, onde estava internado para o tratamento de problemas cardíacos. De acordo com informações de familiares, o radialista havia sido internado há cerca de 15 dias para implantação de dois cateteres para corrigir uma obstrução numa das artérias do coração. Ele já havia feito duas cirurgias anteriormente, também parta melhorar as funções cardíacas, uma para colocação de ponte safena e outra, mamária. Ainda de acordo com os familiares, Edilson começou a enfrentar outros problemas de saúde, tendo sido um fator complicador os problemas renais que surgiram que obrigaram o radialista necessitar de hemodiálise. Além desses, Edilson Correia também enfrentou problemas com pressão alta.
O corpo foi velado ontem, em parte do dia e durante toda a noite no Memorial Caminho da Paz, na Av. Perimetral. O sepultamento foi marcado para às 8h da manhã deste sábado, 31 no cemitério de Senhora Santana.
Repercussão
A morte do radialista repercutiu no meio da imprensa e nas redes sociais. Nas emissoras de rádio da cidade, assim que foi feito o registro da morte, muitos amigos do radialista transmitiram mensagens de condolências e pesar à família. Colegas de trabalho, que tiveram oportunidade de militar no rádio, com ele, também lamentaram a morte do amigo. Fátima Sales, radialista que trabalhou com Edilson na rádio Jornal AM publicou mensagem numa rede social: “Fica uma lacuna na história da radiodifusão de toda região Centro-Sul. Aprendi muito com esse amigo, incentivador da alegria do rádio. Jamais esquecerei os ensinamentos, a amizade, sua honestidade, sua dedicação, Edilson Rolim. Que Deus o receba e o coloque em um lugar lindo, para seu descanso eterno. Conforto à família, até qualquer dia”.
Outra contemporânea de Edilson, Leônia Teixeira também lamentou a morte do amigo. “Hoje o rádio se despede de um homem que sempre fez da sua profissão uma das suas grandes paixões. Edilson Rolim, amigo, antes de ser patrão. Aprendi muito na área comercial, trabalho que ele, Edilson Rolim, sempre dominou muito bem. À família, o meu abraço”, declarou.
Legado
A esposa Valderez, companheira de uma vida de 57 anos, estava emocionalmente muito abalada. Juntos, os dois construíram uma família que se orgulhava do amor, amizade e respeito que havia entre ambos. As três filhas do casal, Cibele, Lígia e Gisele, também estavam abaladas emocionalmente.
Ao longo de mais de cinco décadas dedicadas ao rádio, Edilson incorporou a profissão quase que como um rótulo. Até seu nome as pessoas associavam ao trabalho que ele sempre desempenhou com todo profissionalismo e dedicação. “Edilson da Rádio’, era assim que muitos o tratavam, e ele gentilmente atendida e se sentia orgulhoso de ganhar tal reconhecimento.
Mesmo estando afastado das atividades há mais de 15 anos, o rádio nunca saiu dele. Fazia questão sempre de contar histórias hilárias da época que começou aos 16 anos, na empresa ‘Voz do Progresso de Iguatu-VPI’. Depois, já com 24 anos recebeu convite e ingressou na Rádio Iracema, primeira emissora oficial de rádio da cidade, que foi inaugurada em 1962.
Em 1983, com a chegada da Rádio Jornal AM, foi Edilson Correia que ganhou a chance de ir trabalhar no departamento comercial da recém-chegada emissora. De lá só saiu para definitivamente se aposentar. Sua saída deixou saudade a todos os colegas que com ele conviveram.
VPI-Voz do Progresso de Iguatu era um tipo de equipamento de transmissão de áudio, ‘ao vivo’ com seis alto-falantes instalados em locais diferentes do centro da cidade. Com aqueles seis era possível alcançar praticamente toda a cidade, já que na época o conglomerado de imóveis era bem reduzido, se comparado com os dias atuais. Funcionava no período da noite, começando a operar por volta das 17h30 indo até às 22h. Os funcionamentos durante o dia eram esporádicos, apenas e ocasionalmente para algum anúncio oficial ou pronunciamento político.
Edilson Correia era filho natural do município de Cariús. Mas desde a adolescência residia em Iguatu. Já havia recebido o título de Cidadão Iguatuense, entregue pela Câmara Municipal. Além do rádio, integrou os quadros do Lions Club e Loja Maçônica. Tendo sido destaque da carreira profissional o rádio, Edilson ainda se aventurou na profissão de protético, mas sempre fazia questão de mencionar a frase mais emblemática: “O rádio foi minha vida”.
0 comentários