Amanhã, 08 de agosto, segundo domingo do mês, é comemorado o Dia dos Pais. Antes de ser uma data meramente comercial para que o comércio possa vender presentes, o domingo dos pais carrega uma simbologia muito forte da relação afetiva entre pais e filhos, da figura do pai, o ‘guardião dos rebentos’.
O domingo dos pais é alegre e feliz para uns, ao mesmo tempo triste e saudoso para outros. O vigilante aposentado Inácio Florêncio de Souza, 54, morador da Rua Leonardo Mota, no bairro João Paulo II, procura pelo pai há 35 anos. Natural do município de Jucás, Inácio é filho do casal Francisco Florêncio de Souza, 80, e Maria de Lourdes de Souza, 76. Além dele, o casal teve duas filhas mulheres, curiosamente as duas têm o mesmo nome (Inácia Florêncio de Souza), a diferença, segundo Inácio, é que uma é apelidada de ‘Preta’ e a outra, ‘Nascilene’. Preta já é falecida, Nascilene mora em Santa Catarina. A mãe de Inácio, Maria de Lourdes, reside atualmente no município de Aurora.
Inácio lembra que na década de 70 a família mudou-se para o estado do Pará. Foram morar em fazendas rurais na região de Conceição do Araguaia. O pai dele trabalhava em desmatamento para plantio, cuidava de gado e exercia a função de capataz. Mas a permanência no norte do país durou pouco e no ano de 1976 a família resolveu retornar ao Ceará. Entre 1981 e 1982, os pais Francisco Florêncio e Maria de Lourdes se separaram. Francisco Florêncio foi morar no sítio Limoeiro, município de Jucás, onde constituiu outra família. Por volta de 1985, Francisco Florêncio resolveu ir novamente para o estado do Pará, “alegando que mandaria buscar a família com quem vivia, só que isso não aconteceu”, lembra Inácio. Seu último contato com o pai foi quando este ainda estava no sítio Limoeiro, em Jucás. “Eu costumava ir para lá, ficava de até 15 dias trabalhando com ele, mesmo ele já vivendo com a outra família, mas um dia eu vim para Iguatu passar uns dias com minha mãe, quando soube da notícia que ele havia ido embora”.
Pistas
A partir deste período, Inácio passou a procurar pelo pai, procura esta que já dura três décadas e meia. “Não sei se meu pai ainda é vivo, procuro por ele há 35 anos, mas lhe digo que esta procura nunca vai terminar. Só quando um dia eu souber do último paradeiro dele”, afirmou.
A última pista que Inácio teve do pai é que ele estaria residindo na região dos municípios de Marabá e Parauapebas. Inácio contou que foi até esses municípios. Primeiro em Marabá, onde ele esteve até em programas de TV procurando pelo pai, depois em Parauapebas, mas nesta cidade, sua procura também foi em vão. Sem ter notícias concretas do pai, Inácio retornou ao Ceará.
Aqui em Iguatu onde reside, Inácio nunca cessou sua procura, mesmo sabendo que é como procurar agulha num palheiro. Mas ele sempre está movido pelo amor de filho que procura o pai incessantemente. Recentemente ele esteve visitando as redes sociais, com a publicação de vídeos no Youtube e outras plataformas digitais, repetindo um apelo que ele faz há mais de trinta anos, acenando pela volta do pai para perto dele.
Desejo e sonho
Amanhã, domingo, 08 de agosto, Dia dos Pais, para Inácio será mais uma data em que vai faltar o abraço afetuoso daquele que o colocou no mundo e assumiu perante Deus o compromisso de ser seu pai. Inácio, na condição do filho que sente a falta do genitor, numa procura de 35 anos, não alimenta tantas esperanças que ainda possa encontrá-lo com vida, mas não esconde o desejo e o sonho de revê-lo. Afinal, por mais que o tempo tenha se encarregado de aumentar a distância e prolongar os anos sem o reencontro, o sentimento de amor de filho e pai nunca morreu. “Tudo que eu gostaria era estar com meu velho, amanhã, Dia dos Pais, e poder dizer como ele sempre foi importante para mim, e agradecer a ele, pela minha vida e por ele sempre ter sido o meu pai”, encerrou.
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