Usuários que trafegam pelo bairro Cocobó procuraram a reportagem do A Praça para denunciar os abusos que vêm acontecendo naquela parte da cidade, em relação à sinalização e comportamento de alguns condutores no chamado ‘cruzamento da morte’, na bifurcação entre a Rua Major Pedro Alcântara e a continuação de duas rodovias estaduais: CE-375 (vindo de Jucás) e a CE-060 (de Acopiara).
De acordo com os denunciantes, o bairro Cocobó virou ‘terra de ninguém”, pois não há sinalização nem vertical, nem horizontal, e nos locais onde ainda há qualquer sinal, os infratores estão a todo instante contrariando a legislação. É um local abandonado pelo poder público, onde cada um faz sua própria Lei, conforme suas necessidades e conveniências.
Eles reclamam que há poucas placas, a sinalização no asfalto está apagada e quase nenhuma fiscalização. “Aqui todo mundo chega, usa e abusa, porque não tem fiscalização. Qualquer um faz o que quer no trânsito, vai embora e sequer é abordado”, denunciou o morador de iniciais TVO. Os moradores defendem sinalização eletrônica para o local. “Colocar sinalização eletrônica é o único jeito de barrar as irresponsabilidades desses infratores. Aqui se colocar uma câmera, você vai ficar estarrecido com os flagrantes de desrespeito”, bradou a moradora Emanuela Tavares Mota, 38.
O manifesto dos usuários cita o cruzamento das ruas Major Pedro Alcântara, a antiga Rua do Cruzeiro, e a Presidente Dutra; essas duas últimas são artérias de grande circulação de veículos, haja vista que formam uma confluência de ruas, com a continuação das CEs, 060 e 375, e por serem rodovias estaduais passando por dentro da cidade, naturalmente comportam grande fluxo.
Esgoto, lama e mau cheiro
De acordo com Francisco Euderlan Marques, frequentemente há imprudências praticadas no cruzamento, elevando o risco de acidentes graves causados por excesso de velocidade ou ‘barbeiragem’ de alguém. Ele reclama da precariedade na sinalização e presença de agentes de trânsito, fiscalizando. Segundo o usuário, flagrar motoristas, ciclistas, pedestres desrespeitando o trânsito já virou rotina, naquele setor da cidade. Euderlan também reclama que no cruzamento da Rua Major Pedro Alcântara, que cruza a antiga Cruzeiro do Sul (ao lado de um calçadão onde fica a cascata do SAAE), o esgoto está estourado exalando mau cheiro e escoando lama rua abaixo.
Nesta área, moradores denunciam que é comum presenciar motoqueiros empinando motos. Uma moradora que pediu para não ser identificada com medo de retaliação denunciou que motoqueiros que trabalham como entregadores para serviços de lanchonetes, restaurantes e outros estabelecimentos, aproveitam para empinar motos e elevar os riscos de acidentes. “Um dia desses, o cara empinou a moto e não percebeu que vinha outra de frente e as duas motos se chocaram, um rapaz ficou com a perna esfacelada”, disse.
Os abusos praticados no trânsito no referido cruzamento são ‘gritantes’. Há um risco constante de acidentes no local. O cruzamento é repleto de cruzes em homenagem a pessoas que morreram vítimas de acidentes, colisões, capotamentos e atropelamentos. A reportagem do jornal checou a reclamação dos usuários e constatou os absurdos. Usuários que se deslocam pela continua da CE-375 no sentido Cocobó-Centro simplesmente não obedecem à sinalização na bifurcação das ruas e passam a toda velocidade. Na confluência das artérias existe uma placa de PARE, mas ninguém respeita. Há outras infrações como conversões proibidas, alta velocidade, ultrapassagens proibidas e até condutor trafegando pela contramão.
Providências
A reportagem procurou a prefeitura para responder os questionamentos dos usuários. O secretário de Governo, Tácido Cavalcante, procurado inicialmente, informou que houve uma mudança de gestor na Secretaria de Trânsito e Mobilidade Urbana, que o novo titular da pasta é o vereador Rafael Gadelha. O jornal procurou o secretário para responder os questionamentos e ele informou que vai verificar ‘in loco’, as reclamações.
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