Personagens de desenhos, artistas de filmes, cantores, animações, games, animes, mangá japonês, super-heróis entre outras tantas figuras, e até mesmo personalizados fazem parte do trabalho que reúne mais de 1.200 peças confeccionadas pelo designer Adilson Lima, conhecido por Jack Paper Toys. A paixão pela cultura de criar peças em papel começou como hobby, ao descobrir a arte da vontade de fazer seus próprios personagens. Do hobby, ele viu a oportunidade de tornar a arte em negócio. A atividade começou há cerca de seis anos. “A primeira peça que fiz foi um Mário, quadradinho. A gente que gosta da cultura anime fazia mesmo por hobby. Fiz essa peça ainda preto e branco, passei a gostar mesmo e aperfeiçoar as peças”, conta.
Adilson Lima domina a técnica de imprimir, recortar e montar personagens em papel através de estudos e muitos recortes e colagens para se aperfeiçoar. Os resultados são impressionantes figuras em miniaturas que podem servir de brinquedos ou mesmo peças para colecionador. Os personagens são figuras conhecidas ou não, pode até mesmo ser qualquer pessoa que queira ser retratada em miniaturas, também dar para ser feito pelo artista.
“A minha satisfação é ver as pessoas felizes. Eu gosto quando um pai compra uma peça, entrega ao filho e ele já sai logo brincando. Isso me deixa mais feliz”, ressalta, afirmando que em média leva 40 minutos para recortar e montar uma peça, mas para ficar pronta depois da aplicação da resina, chega a demorar 4 horas para uma peça ficar pronta. O preço varia de R$ 5,00 a R$ 15,00 em média dependendo do tamanho da peça e da demora para confeccionar. O trabalho é feito em casa, numa oficina reservada para esse trabalho. “Eu tenho um amor enorme por esse trabalho. Faço porque gosto mesmo. Gosto de ver quando o pai compra e entrega a criança para brincar logo”.
Preconceito
O artista passou a investir agora nos funkos (personagens com cabeça maior que o restante do corpo), que reúnem miniaturas de vários personagens que caíram no gosto dos colecionadores. De acordo com Adilson, adultos e crianças gostam dessa arte. Mas ainda tem muito preconceito. “Tem gente que chama de lixo, perguntam se sou ex-presidiário, se aprendi a fazer isso na cadeia. As pessoas não veem isso como arte. Pensam que artesanato é só pulseira e colar feito a mão, por exemplo. Tem muitos tipos de artes”, pondera. Diante dessa situação, o artista enfrenta dificuldade para comercializar os produtos o que ficou agravado ainda mais com a pandemia.
Adilson pela manhã vende na Galeria Gustavo Correia Lima, no centro comercial e à noite marca presença na praça da matriz. “Conseguia me manter bem, antes da pandemia. Dava para comprar o material. No meio do mês, por exemplo, eu tinha dinheiro para pagar o aluguel. Atualmente enfrento dificuldades financeiras para continuar o trabalho. Chego a vender apenas duas, três peças por semana. Eu costumo trabalhar mais pela madrugada. De 10 da noite as 6 da manhã. Às vezes tiro direto. Venho para o centro às 8h tentar vender alguma coisa”, explica.
Adilson conta com parceria de outros artistas de cidades brasileiras e até mesmo de outros países que muitas vezes cedem os moldes para ajudar no trabalho do artista. “Espero que a situação melhore. O maior problema do meu trabalho é a falta de conhecimento e preconceito das pessoas. Muitas pessoas ignoram, chamam de lixo. Muitas pessoas, infelizmente, acham isso”, lamenta.
O artista usa as redes sociais para divulgar o trabalho. Para mais informações sobre o basta acompanhar o trabalho pelo perfil @jack_papertoys.
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