A marcenaria foi montada no quintal de casa, na rua 15 de novembro, onde o vigilante Crisóstomos Nogueira, 45, faz o trabalho com o filho Daniel Lima. “No contraturno da escola, estou aqui ajudando meu pai. Eu morava em São Paulo, vim para cá. Eu acho muito bom. Eu gosto de ajudar ele. Eu aprendi e estou aprendendo muitas coisas aqui com ele. Dá tempo estudar pela manhã e à tarde venho para cá ajudar quando tem mais serviços. Mas, realmente, os serviços estão poucos. Fico mais só em casa estudando mesmo”, disse o jovem Daniel.
Nogueira, como é conhecido, começou por acaso a trabalhar na confecção de móveis e objetos decorativos reaproveitando, inicialmente, pallets. Atualmente trabalha mais com pinus e reaproveitando madeira de construção. “Tem muitas obras que eles jogam fora pontas de caibros, ripas, são madeiras boas. Eu reutilizo para construção dos objetos. Da para fazer muita coisa. Mas o trabalho é mais personalizado. A pessoa vê aquela peça na internet, traz para cá e a gente faz. Passei a trabalhar por encomenda, porque tentei fazer estoque, mas praticamente não saiu praticamente nada”, contou o vigilante que aproveitou o tempo para se dedicar à marcenaria. “Eu sempre gostei de marcenaria. Quando era criança, a gente mesmo fazia nossos brinquedos. E relembrando a infância, resolvi fazer um carrinho de rolimã para meu filho, meus sobrinhos. E partir dali, minha namorada na época sugeriu que fizéssemos móveis e outros objetos. Deu certo. Passei a fazer e a divulgar nas redes sociais. Tem uns seis anos”, mas veio a pandemia e acabou prejudicando as vendas.
Conhecimento e técnica
“A pandemia atrapalhou tudo, porque as pessoas pararam de comprar. Praticamente não vendi mais nada. De vez em quando aparece uma pessoa. A sorte que sou funcionário público, tenho esse ganho. Mas gosto demais de fazer os móveis. É uma renda extra que antes era um hobby. Espero que a situação melhore”, ponderou, afirmando que fez muitos investimentos na aquisição de maquinários, além da compra da própria matéria-prima.
Nogueira aproveita para melhorar os conhecimentos técnicos e a criatividade para continuar tocando o negócio. “Primeiro, fui incentivado por minha esposa que na época fiz um viveirinho para a filha dela que criava um porquinho da Índia. Ela viu a oportunidade de empreender. Ela tem um primo que mora no Crato (Cariri) e trabalha com marcenaria, antes trabalhava com pallets. Ele me ajudou e incentivou muito. Ainda hoje me ajuda. E aqui no Iguatu, tenho contato com Seu Valdemir e Zé Antônio, tradicional família de marceneiros, que me ensinaram e ensinam muito. Essa é uma profissão muito vasta de conhecimento e técnica de se fazer as coisas. São pessoas muito importantes que são marceneiros que têm muito conhecimento”, ressaltou, pontuando que não está sendo fácil, mas pretende continuar agregando mais conhecimento técnico para melhorar e se aperfeiçoar ainda mais no ramo. “Tudo que se imaginar dar para ser feito. Já fiz quiosque para uma loja, criado-mudo, tampo de mesa, nichos, cadeiras, prateleiras, baús, e muitos outros objetos” disse. “Espero que a situação melhore”.
Os preços variam de acordo com a encomenda, depende do tamanho, do material usado, tempo de confecção. Mas o cliente pode comprar um suporte para celular por exemplo por R$ 15,00. Outras peças variam de preço. “As pessoas estão com pé no freio. O momento de crise que a gente está vivendo, quando não tem serviço parto para outra coisa. Faço também caixas de colmeia para abelhas. Tenho um apiário. E faço também minhas próprias caixas. Mas espero que a situação para todo mundo melhore para que volte a vender bem novamente”, concluiu.
As pessoas interessadas em conhecer o trabalha do Nogueira podem acessar o perfil dele no Instagram: @nogueira123artes.
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