“A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias”.
Winston Churchill
Arrisco-me a dizer que muitos dos que olham torto pra um empreendedor, tachando-o de burguês (aqui, expressão com conotação malévola), não o faz por outra razão que não a doutrinação recebida pelos ensinos marxistas militantes. Ou seja, são levados a acreditarem em toda falácia imbuída do mais puro discurso inalterável da ‘‘exploração do homem pelo homem’’, da mais valia, do fetichismo de mercadoria, da reificação, da superação do capitalismo aviltante pelo socialismo… essas coisas que dão sono e causam tédio até mesmo nos mais pacientes dos seres humanos.
Apesar de muitos conceitos de Karl Marx e cia já terem sido refutados, derrotados pela própria ação do tempo – onde mostrou que as teorias do filósofo alemão, além de incongruentes, não teve o alcance desejado, posto que o capitalismo industrial só cresceu desde a sua base germinal inicial na revolução industrial precípua ocorrida em meados do século XVIII – ainda assim, muitos entusiastas ficam completamente em polvorosos, com ares de fina inteligência e criticidade, quando enxerga a personificação da maldade ante o crescimento do comércio, do capitalismo tido como selvagem.
Daí vem as ‘‘grandes soluções para a salvação do homem enquanto ser social’’. Um exemplo seria, diria o esquerdista, taxar grandes fortunas. Ocorre que não passa pela cabecinha do socialista de iPhone da vez, que taxar grandes fortunas não seria a solução prudente para a tal partilha comunal, posto que a questão pecuniária está diretamente ligada ao emprego deste mesmo indivíduo que, por acaso, vejam só, se não gozar da estabilidade inerente de ser um funcionário público efetivado do Estado, muito provavelmente possa ser um assalariado de uma empresa privada qualquer. Burocratizar e taxar, significaria sufocar o empreendedor que, por sua vez, deverá, como saída, cortar custos para enxugar a folha de prejuízos, de pagamento, posto que os lucros entrarão em xeque mediante fatores como compra de insumos; isso sem falar que poderia, muito provavelmente, para amortizar o peso do dinheiro escoado pelo sistema, recair sobre o valor do produto produzido e comercializado.
Estamos lidando com mercado livre e concorrencial, meu caro canhotinha que pensa que o mundo é um Éden marxista, onde todos são tão bons quanto Rousseau os pintou. E no capitalismo, nada é de fácil resolução. Lidamos com individualidades, necessidades específicas dentro de um todo que, por sua vez, lida com a máquina pública, com o mercado internacional, com crises próprias do sistema capitalista… Não se resolve as coisas ‘‘imprimindo mais dinheiro’’ ou saindo distribuindo o dinheiro alheio como sendo essa a solução para as mazelas da humanidade. Sabemos da imperfectibilidade do capitalismo, mas sejamos honestos: nenhum sistema gerou mais riqueza do que este.
Quando me dizem que o socialismo não funcionou porque deturparam Marx, não consigo ver aonde entra a culpa dos milhões de mortos em tão vil sistema… e que enxergar o mal no capitalismo (é nisso que eles se ocupam) e não no socialismo, é sinal de que o estrago provocado pela doutrinação e endeusamento do absurdo chegou ao seu nível mor. Doutrinar é deseducar.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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