A evolução tecnológica do atual mundo em globalização está no momento mais intenso registrado, tal como a dependência das relações humanas com ela. O problema surge quando indivíduos não amadurecidos não são gradualmente inseridos nesse meio: as crianças estão nascendo e crescendo já imersas em um universo de vícios e excessos.
Os principais canalizadores e intensificadores desse fenômeno são os celulares. Seus benefícios para a sociedade, tal como as outras tecnologias, são inegáveis, devido ao seu potencial móvel e facilitador de interações. Entretanto, segundo a Associação Americana de Corações – AHA (sigla em inglês), os jovens entre 8 e 18 anos usam em média sete horas por dia os celulares e similares, ou seja, estão assimilando demasiadamente esses mecanismos que vão, inevitavelmente, interferir em fatores físicos e sociais.
O dano corporal advindo desse uso intenso tem reflexos em todos os setores fisiológicos e hormonais. Problemas relacionados à postura, ao sedentarismo, à obesidade, dentre outros, são típicos de quem faz uso dos dispositivos com a intensidade divulgada pela AHA, assim como distúrbios mentais que abrangem a depressão e problemas de ansiedade.
Em uma visão mais ampla, o impacto social desse vício deixa marcas em todo mundo, inclusive no Brasil. O uso dessas ferramentas pode fomentar a entrada em diversas esferas de debate e conhecimento ou entretenimento produtivo, porém, em contrapartida, possibilita crises nas relações afetivas, problemas de segurança e superexposição, além de o excesso poder gerar o que o historiador Yuval Noah Harari, em seu livro “Homo Deus”, chamou de “dataísmo”: uma instituição em ascensão, fruto da dependência dos seres humanos com as tecnologias.
Tendo em vista esse fenômeno que acomete as crianças, faz-se evidente a necessidade de interferência dos agentes responsáveis. Portanto, o Ministério da Educação e Cultura deve, por via de palestras e aulas de educação tecnológica, nos centros educacionais, promover o senso crítico dos jovens para com as tecnologias, na medida em que a família, por meio do diálogo e das interações lúdicas, além do limite de uso, promova a independência dos mais jovens em relação aos dispositivos.
*Aluno do 3º ano da Escola Modelo de Iguatu
Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte
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