“O que me motiva é a linha de chegada”. É assim que Glícia Uchoa Gomes Mendonça, 35, define seu amor ao esporte de corrida de rua. Ela superou mais um desafio na vida de atleta amadora, e o prêmio foi o status de ser a primeira mulher iguatuesne a completar um trajeto de maratona. O palco dessa vitória pessoal foi o estado de Santana Catarina na Maratona Internacional da Cidade de Florianópolis no dia 23 de junho.
No esporte há cinco anos, ela mantém uma dupla jornada. Mãe de três filhos e professora universitária, treina diariamente. Para o sul do país, foi acompanhada de seu marido, o médico Roberto Mendonça, e do policial militar Arquênio Braga, ambos corredores e que viram de perto o sucesso de Glícia. “Comecei pelo incentivo do meu esposo. Perdi meu pai por complicações de uma vida sedentária, não queria ter o mesmo fim”, relembrou.
Glícia define sua vida antes e depois do esporte mais antigo do mundo aparecer na sua vida. “Mudei meu estilo de vida e após isso só tive ganhos pessoais. Era uma pessoa que não tinha habilidades para esportes, mas me descobri na corrida. Hoje sei que sou forte. Conheço histórias de superação que me inspiram. Isso também me move”, contou.
Os mais de 42km foram superados no tempo de 4h e 42m. O trajeto é composto por paisagens belas e vias planas. O clima ameno característico da parte do país foi um atrativo para os mais de 12 mil competidores. Mas fatores atrativos não aliviam em nada os contratempos que uma prova desse seguimento aplicaao desafiante. “A mente é o mais trabalhado numa prova como essa e continuar o trajeto. Tem que haver preparo. O físico é um complemento. Ficamos expostos à dor e cansaço e se não haver concentração, a meta acaba não sendo cumprida”, destacou.
Força feminina
Em época em que o empoderamento feminino é exercido e praticado pelo gênero, a iguatuense acredita e espera que sua marca possa contagiar mais mulheres. “Espero e é o que mais desejo (que mulheres adiram ao esporte). É um esporte comum e popular entre as mulheres, mas defino a participação local ainda muito discreta. Temos que nos colocar em lugar de destaque, mesmo sabendo das condições hormonais em se comparado ao homem. Fiquei surpresa quando soube que fui a primeira mulher da cidade a completar uma maratona. Já chegamos a ter um grupo de corrida composto só pelo gênero feminino. Mas acabou se transformando numa assessoria mista. Acredito isso logo vai mudar. Uma semente foi plantada”, disse.
Meta
A pioneira iguatuense já planeja seus novos obstáculos a serem superados. Um calendário de corridas e de preparação é elaborado. “Vou participar da corrida de Senhora Santana, no final do ano planejo correr a São Silvestre. Um dos focos é ajudar nos treinos de meu marido que vai fazer a maratona de Berlim (Alemanha). No próximo ano, planejo fazer outra maratona e baixar o tempo. Quero viver a sensação que sou capaz de ir muito mais além do que acho que posso”, finalizou.
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