“A política é a ciência da liberdade”. – Pierre-Joseph Proudhon
Serei direto, caro leitor. Não tomarei muito do seu tempo. Será uma conversa nada tautológica; sem rodeios prolixos.
Não creio que seja apenas eu quem tenha a impressão de que a Política contemporânea tomou um curso impensável até mesmo aos críticos mais pessimistas possíveis. Não estou falando de corrupção nesse cenário. Isso, em maior ou menor grau, sempre existiu. Falo de estrutura (nesse caso da minha crítica, falta dela). Refiro-me ao deboche, descaso, falta de preceito e respeito, de conhecimento mínimo necessário para atrever-se a entrar nesse mundo que é o político.
Os valores perderam-se no momento exato em que a Política passou a ser levada a nível de humor, de chacota. E não me diga, caro leitor, que o mal proceder em relação à Política ‘‘seria apenas uma resposta bem humorada, alusiva aos corruptos que estão no poder’’. Não! Não confundamos alhos com bugalhos! Não falo de politicagem, mas de Política (assim, com ‘‘P’’ maiúsculo!) Pois não me refiro às críticas humorísticas bem-vindas como forma de protesto e sensatez frente ao que poderia estar acontecendo em um determinado momento em uma determinada gestão.
Para exemplificar, observemos o cenário político da nossa cidade! Não é risível o fato de que boa parcela dos candidatos a vereadores não passa de ‘‘crianças brincando de Política’’? Muitos nunca leram o elementar sobre o assunto. Não sabem nem o que fariam caso chegassem a ganhar o pleito para uma vaga na câmara municipal da nossa cidade. Se isso não o preocupa, meu estimado amigo… deveria preocupa-lo! Afinal, são senhores dessa natureza que estão na iminência de conduzir os rumos do nosso município pelo próximo quadriênio! E isso representa, invariavelmente, perdas incalculáveis! Estaremos sendo manobrados por ineptos, ignóbeis. Em outras palavras, estaríamos em um ônibus cujo motorista seria um deficiente visual. Agora, diante desta alusão, uma tragédia quanto ao quadro eleitoral municipal nos parece finalmente materializado, não?!
Já que os candidatos em geral tratam a Política como se coisa simples e fácil fosse, compete a nós estudarmos sobre e escolhermos bem os nossos representantes. Estejamos preparados. Não se satisfaça com o basilar e rudimentar pensamento de que ‘‘tudo é ou parece simples’’. Abrace o conhecimento enquanto há tempo para isso. De modo que possamos ter futuros candidatos dentre nós, que verdadeiramente dão o devido merecimento ao honroso ato de conviver e gerir bem em e no meio ao social.
Levemos a Política a sério. Não nos conformemos com o triste caminho decadente pelo qual estão levando a Política! Pelos gregos, que devem chorar no panteão ao ver o nosso cenário, voltemos aos livros… voltemos aos livros!
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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