Com panelas, tampas e colher de pau, vestindo camisas com frases mostrando a indignação da categoria, professores da rede pública municipal de Iguatu saíram mais uma vez às ruas com o objetivo de mostrar a insatisfação profissionais pelo não repasse integral e linear de 33.24%, conforme foi Piso Nacional para a categoria, instituído pelo Governo Federal.
O panelaço aconteceu na manhã da quarta-feira, 30. Após a concentração, na Praça da Matriz, dezenas de professores saíram em direção à Praça Gonçalves de Carvalho, (Praça da Caixa), onde aconteceu um ato em defesa do reajuste. A ação contou com o apoio de representantes sindicais de Iguatu e de outras cidades do interior.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Iguatu SPUMI, Pablo Campos, a luta da categoria é justa e esses profissionais merecem esse reajuste por direito. “A gente entrou nessa luta dos 33,24%, desde o primeiro momento. Foi repassado pela prefeitura os 10,18%, mas não atende a categoria. Categoria essa que a gente tem que dar o devido reconhecimento e valor, porque vem de uma questão sem reajustes há dois anos, fora isso a gente tem que levar em consideração que foi uma categoria que teve que se reinventar, que usou sua própria internet, que comprou aparelhos para não deixar de assistir os estudantes, nessa pandemia sem nenhum suporte para que pudesse levar a educação para os alunos. Nada mais justo que seja dado esses 33,24% de reajuste de forma linear”, ressaltou.
Pablo apontou ainda que a categoria espera uma nova abertura de negociação com a Secretaria da Educação. “A gente vinha numa rodada de negociação, mas infelizmente foi cessado, mas o que a gente quer é buscar novamente para que a gente consiga essa viabilidade que é esse reajuste tão merecido para a categoria seja repassado de forma integral e linear. A gente espera da gestão que tenha essa sensibilidade de chamar para negociar como realmente deve ser, mostrando as contas para a gente fazer um estudo. Seja claro. Enquanto isso a categoria continua lutando por esse direito garantido”, complementou Campos.
Secretaria de Educação
Em nota a Secretaria da Educação esclarece o posicionamento da gestão municipal em relação a esse impasse. “O Município de Iguatu vem empreendendo esforços a fim de possibilitar o reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional da categoria conforme determina a Portaria nº 67, de 04 de fevereiro de 2022. Após análise dos aspectos financeiros e legais decorrentes da adequação do Piso Nacional, na quarta-feira (30/03), a Secretaria da Educação convidou os professores da rede para uma reunião, a fim de que fossem ouvidos os anseios da classe, ocasião em que foi oportunizado o debate e apresentada a proposta de reajuste que atende aos ditames da lei do piso, aplicando o importe de R$ 3.845,63 na primeira referência do Plano de Cargos e Carreiras do Magistério. Devido à suspensão da greve por decisão do Tribunal de Justiça do Ceará, solicitamos urgência na audiência de conciliação, que aconteceu na mesma data (30/03) com a presença da Procuradoria do Município, o sindicato representativo da categoria, o Ministério Público e o Poder Judiciário. A nova proposta apresentada à classe, assegura que o menor salário base da categoria seja R$ 3.845,63, aplicando-se 3% a mais em cada referência da tabela, sendo que o professor com mais tempo de serviço chegará a receber R$ 5.323,25 no salário base. Ressalte-se que além do vencimento base, os professores de Iguatu ainda contam com outras vantagens no conjunto de suas remunerações, como anuênios, gratificações de especialização, mestrado e doutorado. Confiantes da boa acolhida da proposta e tendo em vista que o Sindicato convocou assembleia para ontem, sexta (01/04), ocasião que será oportunizada a votação, acreditamos que o impasse possa ser solucionado e possamos continuar avançando na recuperação da aprendizagem dos alunos tão prejudicados durante a pandemia”.
0 comentários