O artista plástico acopiarense, Sérgio Gurgel está arrumando as malas para sua próxima viagem. Em maio ele embarca para o Reino Unido, para exposição de suas obras em Londres. Será a primeira vez que um artista acopiarense expõe obras de arte numa galeria de artes de Londres. Sérgio revelou que será uma emoção única, tal qual foi para ele sua primeira exposição intitulada ‘antessala’ no sobrado, Dr. José Lourenço, em Fortaleza. Da primeira exposição até aqui, lá se foram muitos dias, mas uma coisa é certa: o olhar ao artista sobre pessoas, objetos e sua junção em tela ou relevo, como expressão de arte continua ainda mais aguçada e inspiradora.

Sérgio Gurgel, 39 é um artista plástico único. Ele adotou um estilo também único de pintar. Sem valorizar tanto o luxo, o fino, o delicado, Sérgio foi buscar no lixo suas formas mais expressivas, para reproduzir sua contemporaneidade. Outra tendência do artista é a expressão facial e corporal de pessoas, não de notoriedades, mas sim, de anônimos. Suas ideias sobre a vida e a morte, o real e o inimaginário, o corpo e todas as suas formas estão impregnadas em cidadãs comuns de sua cidade natal, Acopiara. Na visão do artista, cada pessoa guarda suas próprias características, seja de uma vida alegre, triste, ou trágica. E são exatamente as nuances de cada ser desses que ele transpõe para dentro do seu cadeirão de mitos e ideias. Assim foi quando Sérgio descobriu Maria Nabor, uma mulher negra, à frente do seu tempo, conhecida por gostar de dançar e cantarolar nos festejos religiosos, nos eventos públicos ou nos terreiros de casa. Madalena ‘Cintura fina’, tradicional comerciante acopiarense (saudosa memória), que ficou conhecida por ter a cintura mais fina, entre todas as mulheres de sua geração, e por sua maneira inusitada de viver. Sérgio também foi buscar na crença das rezadeiras ideais de vida.

Um traço marcante das obras do artista é o preto. O preto se sobrepõe sobre as outras cores. Um apelo gótico para os entrelaços de madeira, metal, plástico, tecido e tinta, materiais nos quais Sérgio deixa suas impressões.

Filho natural do município de Acopiara, de um bancário aposentado e uma dona de casa, Sérgio mora há mais de 20 anos em Fortaleza. Recentemente ele recebeu um convite para expor suas obras em Londres, na Inglaterra. Será em 21 de maio no espaço de artes de uma cearense de Iguatu, Tetê de Alencar, quando os londrinos terão oportunidade de conhecer a pintura contemporânea do artista plástico cearense, onde se fundem arte e muito mais que uma expressão, mas sim, um estilo de vida.

Sérgio explicou que o convite para a Inglaterra surgiu quando Tetê visitou a exposição ‘Resinto’, organizada por ele, em Fortaleza, em maio de 2021, tendo sido a primeira exposição com sua assinatura em 20 anos de trajetória e que apresentou ao público uma leitura completa de suas obras ao longo deste período. Na época, Tetê de  Alencar, uma cearense de Iguatu, conhecida pelo Mundo afora, declarou que havia ficado encantada com o trabalho dele e desejava ver uma obra sua na próxima exposição que ela montasse. Sérgio aceitou o convite e estará juntamente com outros três cearenses participando do evento.

Exposições:

2019    f.o.r.t.a.l.e.z.a. – Galeria Multiarte, Fortaleza-CE

2019    A Obra – Galeria Casa d’Alva, Fortaleza-CE

2019 – Festival Sérvulo Esmeraldo 90 Anos – URCA Campus Pimenta, Crato-CE

2019 – Recinto – Abstrata Festival Internacional de Videomapping Fortaleza-CE

2019 – Magma Obtuso – Teatro José de Alencar, Fortaleza-CE

2017 – m.a.t.e.r.i.a. – Galeria Multiarte, Fortaleza-CE

2017 – Precundia – Casa Vândala, Fortaleza-CE (individual)

2017 – Atos de Passagem – Galeria Contemporarte, Fortaleza-CE

2017 – Os Pensamentos do Coração – Sobrado José Lourenço, Fortaleza-CE

2015 – Bângala: Yakã Ayê – A Gentil Carioca, Rio de Janeiro-RJ

2005 – 56º Salão de Abril – Galeria Antônio Bandeira, Fortaleza-CE