Por: Honório Mendonça
Uma vida dedicada à aviação, à amizade e ao serviço do próximo. Assim podemos resumir a trajetória de Francisco Zilto de Mendonça Lavor, 62 anos, que morreu em acidente de helicóptero ocorrido na última segunda-feira, 8, em área de floresta em Roraima, por volta das 11 horas.
De acordo com relato de pilotos em Boa Vista, capital de Roraima, a aeronave apresentou problemas mecânicos e caiu logo após decolar de uma área de garimpo, na selva.
O corpo do piloto Zilto Mendonça foi sepultado na manhã de ontem, 12, no Cemitério Senhora Sant’Ana, em Iguatu, centenas de amigos e parentes participaram do velório e do cortejo fúnebre.
O traslado do corpo de Fortaleza a Iguatu foi feito por uma aeronave que chegou por volta das 18h30 da quinta-feira, 11. No aeroporto, houve recepção de centenas de amigos e parentes. Sob aplausos, o caixão foi retirado do avião. Em seguida houve o cortejo fúnebre por ruas da cidade.
Pilotos que moram e trabalham em Iguatu e em Fortaleza prestaram homenagem ao amigo – ‘Comandante Mendonça’.
Zilto Mendonça realizou o sonho de ser piloto e venceu dificuldades financeiras. Começou a voar em 1980. Foi piloto do antigo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER), trabalhou para empresários locais, fez transporte de aeronaves e prestou serviços para empresas em plataforma da Petrobrás no Rio de Janeiro e no Amazonas.
Inspirou outras pessoas a seguir na profissão. Ainda no DAER fez curso de piloto de helicóptero.
Era filho do servidor público municipal, Luiz Ziul de Lavor e da dona de casa, Diamantina Mendonça. Era casado com Ana Angélica Bezerra Barbosa, 61 anos, e deixou três filhos: Lucas, piloto; Sávio, formado em Administração de Empresas, e Daniel que é estudante de Engenharia Mecânica, na Unifor.
Depoimentos
“Apesar das dificuldades dos últimos anos não se entregou, lutou, procurou trabalho e morreu voando, que era o que mais gostava de fazer. Foi um exemplo de pai e de cidadão”, disse o ex-prefeito, Aderilo Alcântara.
O amigo, Paulo Holanda, destacou o lado da amizade e a atenção que tinha para com as pessoas. “Era um homem íntegro, um amigo, um cidadão de bem, uma pessoa de coração grande”.
O médico, Joab Soares, lembrou: “Fomos colegas na banda de música, éramos grandes amigos, um homem bom, e só tenho boas lembranças”.
A esposa, Ana Angélica, observou. “Foi um bom marido, um pai dedicado, viajava muito, e acho que ele foi fazer um voo, uma viagem”.
O filho, Lucas, que seguiu a carreira do pai, lembrou quando fez o primeiro voo, ainda criança, na companhia do pai, e destacou: “Ele pagava do próprio bolso deslocamento da aeronave para resgatar pessoas. Servia ao próximo”.
Sávio, filho, lembrou que o pai gostava muito de ouvir a música ‘Gracias a la vida’, de Mercedes Sosa.
Obrigado à vida.
Nós, amigos e parentes, agradecemos à vida por você, Zilto, ter existido e deixado o exemplo de simplicidade, humildade, companheirismo, generosidade, disposição em servir ao próximo.
A Família enlutada agradece a todos que se mobilizaram e manifestaram solidariedade nesse momento de pesar.
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