Mais de 2200 animais em situação de rua são castrados

28/05/2022

Nos últimos anos aumentou a presença de animais soltos nas ruas e praças no centro e bairros de Iguatu. Situação preocupante alertada por moradores, integrantes de ONGs e protetores, isso porque se trata de questão de saúde pública que afeta diretamente a vida desses animais que estão expostos a maus tratos, fome, doenças…

A pandemia da Covid-19, entre outros fatores, contribuiu para esse aumento, ainda mais porque animais chegaram a ser adotados e muitos deles foram abandonados posteriormente nas ruas da cidade. Maltratar e abandonar animais é crime. Uma das medidas apontadas por especialistas e autoridades ligadas ao setor que de certa forma ajuda a diminuir a população de animais nas ruas é a castração. Mas intervenções para o controle populacional dos animais demandam tempo e investimentos financeiros. Em Iguatu, por meio de trabalho iniciado em 2021 com a criação da pasta de Proteção Animal, dentro da Secretaria do Meio Ambiente, foi implantado o Programa Permanente de Castração Animal. Em menos de um ano, mais de 2.200 animais foram esterilizados no município, conforme dados da pasta.

Gratuito

O Programa de Castração conta com dois médicos veterinários, equipe técnica, além de um carro de apoio que ajuda na locomoção da equipe e transporte dos animais. “É um trabalho inédito no município. Até 2020 a gente não tinha esse trabalho de políticas públicas permanente. Tínhamos trabalhos de ONGs e protetores. Então iniciamos esse trabalho com o foco voltado para os animais de rua. Já temos muitas fêmeas castradas. Somente este ano, já castramos mais de cem”, destacou Mário Rodrigues, secretário do Meio Ambiente e Proteção Animal de Iguatu, afirmando ainda que o cumprimento de medidas que proteja ainda mais os animais dos mais diversos riscos a que estão expostos. Além do programa de castração a pasta oferta consultas entre outros serviços e atendimentos gratuitos à população.

Não se sabe a quantidade de animais que vivem em situação de abandono nas ruas da cidade. “Ainda é grande o número de animais nas ruas. A legislação não permite o que se fazia no passado, quando os animais eram eutanasiados. Graças a Deus que isso mudou. Eu sou totalmente contra essa prática que sacrificava os animais. Então a gente faz esse trabalho de castração, de recolhimento de animais doentes para tratamento principalmente. Muitos animais chegam aqui bastante debilitados, a gente consegue tratar. É feita a castração e em seguida disponibilizamos para adoção. Infelizmente, aqueles que não são adotados, são devolvidos para o habitat deles, mas devidamente medicados, castrados, para que evitem a reprodução. É uma das medidas. Mas todos os dias recebemos denúncias de animais soltos, de animais que dão cria nas ruas. Isso é ruim para esses animais. Por isso, o foco maior desse programa é evitar a reprodução para que mais animais não sofram abandono. Aqui a gente faz diversas atividades em parcerias com empresas, parceiros, protetores. Temos alguns animais que chegam aqui praticamente mortos, com doenças, carrapatos. A gente consegue uma plena recuperação. Temos equipes dedicadas, profissionais capacitados que atendem mesmo por amor e carinho com cada animal”, ressaltou.

“É trabalho árduo, cansativo, que não é reconhecido, mas temos uma gente que se dedica muito para tentar levar uma vida melhor para esses animais que não pedem para estar nas ruas, mas infelizmente estão”, complementou Mário.

Bem-estar

De acordo ainda com a pasta, em mês ‘normal’ sem feriado, já chegaram a ser realizadas mais de 250 castrações. “Geralmente a esterilização de cadelas é bem menos devido ao período de recuperação. Mas, em média, são castradas 50 cadelas por mês. Nas felinas chegamos até 200 castrações. É um trabalho que a tendência é evoluir, aumentar cada vez mais para amenizar ainda mais o sofrimento desses animais que vivem nas ruas”, declarou Mário, afirmando que não há uma estimativa do número de cães e gatos que vivem em estado de abandono pelas ruas de Iguatu, mas à medida que as castrações vão aumentando, haverá um controle da natalidade. Ainda segundo o secretário, é importante o trabalho desenvolvido pelas ONGs, protetores e muitos voluntários que ajudam e cuidam de animais.

“Estamos aqui de portas abertas para todos. O objetivo do programa é focar na causa animal, bem-estar animal. No período da Semana do Meio Ambiente de 01 a 04 de junho, dentro da programação vamos disponibilizar animais para adoção”, finalizou.

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