Junho chegou, carregado com toda alegria e a tradição típica desse período, o acender da fogueira, os balões, bandeirinhas, comidas típicas, além disso também muito arrasta-pé e apresentações culturais dos grupos de quadrilhas juninas que enfrentam uma extensa maratona de apresentações. Hoje, sábado, 11, o Grupo Junino Sol Nascente realiza sua primeira apresentação, que acontece a partir das 20h, na Quadra de Esportes Agenor Araújo, no Centro de Iguatu. Será cobrada um valor de R$ 5,00 para o acesso. O dinheiro arrecado vai ajudar no projeto junino.
Após dois anos sem se apresentar para o grande público, devido à pandemia da Covid-19, o Grupo Junino este ano chega com o enredo contando a história de Serra Pelada, “Sangue dourado de ontem, força para o Brasil de amanhã”, um recorte dessa parte da história do Brasil que será apresentado. “Não será apenas uma história de lama, de morte, de sonhos, mas principalmente de resistência. Essa história nos deixou muito inquietos. Vamos retratar no nosso espetáculo uma história que não termina com os fatos que a gente conhece desde o fechamento do garimpo”, desde já o suspense foi criado para convidar o público a assistir essa estreia especial abrindo a agenda de apresentações do grupo, como contou o brincante Joab Targino.
Temática
Uma das marcas do grupo junino Sol Nascente é justamente a junção de alguns
elementos coreográficos modernos com a tradicionalidade dos passos das quadrilhas juninas. “Em 2022, vamos unir os movimentos do garimpo, a sensualidade dos bordéis, a luta pelo ouro e a resistência para um futuro de direitos foram as inspirações para os momentos da quadrilha”, ressaltou, sem querer revelar mais detalhes, reforçando ainda que o público assistirá a um show de muita interpretação, movimentação de figuras harmônicas, elementos que colaboram com o processo da temática.
A apresentação foi é dividida em entrada, casamento, primeiro bloco, parada temática, segundo bloco e saída para que o enredo fique linear e de fácil entendimento para o público.
“Fomos na década de 1980. Vamos falar da busca do sonho do ouro, no garimpo da Serra Pelada, no Pará. Brasileiros, nordestinos, famílias escutavam as notícias pelos meios de comunicação que a miséria, a fome, a sede, seriam diminuídas pelas condições de trabalho, que o maior garimpo a céu aberto do mundo trazia para as pessoas que buscavam essa melhoria de vida. Mas o que foi visto foi totalmente diferente. Dor, morte, choro e ganância era o que mais se via naquele lugar. Vamos trazer para a quadra uma história de brasileiros que não pode ser esquecida, e que serve de inspiração para nossa inquietude, diante de tantas tristezas que
acontecem no país”, complementou o brincante Luís Paulo Ferino, integrante da equipe temática do grupo junino ao lado de Ana Paula Matias, Cícero de Lira, Danilo Bezerra, Francisco Derlley, Joab Targino, Marcos Fontes, Marcelo Rodrigues e Oquélio Alves.
Em meio a músicas autorais, paródias e músicas tradicionais, o Grupo Junino traz como base o recorte musical de sucessos da década de 80, década de movimentação de Serra Pelada, como “Aluga-se” de Raul Seixas junto a clássicos juninos como “Lembrando Você” de Joãozinho do Exu. “A mistura da sonoplastia clássica à moderna transformará os espaços cenográficos em locais de muita resistência e arrasta-pé”, ressaltou Targino.
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