“Deus ama, e raciocina, e segura a nossa mão enquanto o estamos fazendo”
C.S.Lewis, in- Mere Christianity
Não faz muito tempo, ministrando um curso sobre o Latim Medieval, eu discorria sobre a deplorável ruptura entre a Academia e a Igreja. Falava sobre como na gloriosa Idade Média surgiu a Universidade sob a proteção e os benefícios da Igreja Católica. Naquela aula lamentei, e ainda o lamento, não haver na Universidade um sinal sequer de Deus. Nenhuma singela capela para rezarmos, sequer uma sacrossanta cruz! A Academia, miseramente, é um deserto de incredulidade. Empolgado eu assim pregava, quando, meio revoltado, um aluno indagou-me:
– O senhor acha isso errado? O senhor acha isso ruim?
– Não acho ruim (respondi imediatamente), acho péssimo!
Ao sair da classe, naquela manhã, rezei demoradamente pela alma daquele aluno e por todos os incrédulos – e são muitos – que há na Academia. Podemos facilmente perceber este processo de afastamento em relação ao Sagrado. No século XX, um dos piores que a Humanidade já viveu, tal senda pecaminosa começou com o Comunismo. Um dos mais demoníacos eventos da História. A Universidade brasileira, seguindo a corrente europeia, infectou-se com a terrível praga esquerdista. Lembro muito bem. Quando ingressei como aluno na Academia, ser estudante universitário era desgarrar-se de Deus e aderir à política de Esquerda. Graças ao bom Deus e à Virgem Maria sempre tive valores firmes, indeléveis. Nunca me afastei da Religião e tive sempre profundo asco a revoluções esquerdistas. Com orgulho eu era, e talvez ainda o seja, uma vox clamans in deserto.
Com efeito, a Universidade deve ser teísta, crédula. Mentes santas e geniais, ao longo do tempo, provaram, pela via racional, a existência do Criador. Santo Anselmo e Santo Tomás de Aquino apresentaram irrefutáveis argumentos neste sentido. Platão, sobretudo lido pela ótica cristã, é meridianamente claro quanto à imortalidade da alma et pour cause, sobre a existência de Deus.
Digamos aos quatro ventos uma verdade inegável: não é gênio, sequer é inteligente, o que não acredita em Deus. É estúpido, ingênuo. É a criança a berrar depois das carinhosas palmadas do Pai. É o impertinente adolescente com rompantes de adulto.
Deus est!
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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