Associação de Idosos completa 15 anos e mantém tradição do Forró da Quinta

24/09/2022

Religiosamente, toda quinta-feira um grupo de idosos se reúne para dançar. É o ‘Forró da Quinta’, promovido pela Associação de Idosos Santa Edwirgens. A reunião dos forrozeiros anciãos é num prédio que pertencente à Associação de Apoio aos Jovens de Iguatu-FAJI, que também abriga grupos de jovens da comunidade, que usam o espaço para ensaiar coreografias de danças.

A Associação Santa Edwirgens teve como um dos principais fundadores o senhor Raimundo Alves de Araújo, “Mundeza’, um trabalhador da construção civil aposentado, que encabeçou a luta em prol dos idosos que não tinham assistência nenhuma assistência. Os idosos afirmam que a instituição debutante nunca recebeu nenhum apoio do poder público local e sobrevive aos ‘trancos e barrancos’, por meio de doações dos próprios idosos.

São eles que se cotizam para pagar o café, o chá e a água servidos à tarde durante o forró. Também são responsáveis pela fatura de energia do prédio e quando tem atração de fora, do tipo sanfoneiro e outros músicos, são eles quem pagam o cachê, o bolo, se tiver aniversariante, e outras guloseimas, comprados e divididos entre eles, isso sem contar a comida que as esposas dos idosos preparam em casa e levam para a festa.

Festa

O presidente de honra, Mundeza, hoje aos 82 anos é a própria resistência em forma de pessoa, só comparado a mandacaru, que nasce em lajedo de pedra no meio da caatinga. Foi dele a ideia de criar a associação. Está presente em praticamente todos os eventos realizados e sua batalha diária é para fortalecer a instituição e conquistar mais integrantes, visando fortalecer também a luta para que os idosos tenham seus direitos respeitados. O trabalho dos idosos é feito em conjunto. Além de Mundeza, outros idosos compartilham das atividades. Jesus, 87, Edilson, 65, Manoel Luiz, 77, Maria Alvenir Duarte, 67, Aurineide Maria da Conceição, 51.

O Forró da Quinta é todo organizado das 14h às 17h. Os idosos dançam, conversam, interagem, tomam café e chá e relatam suas angústias e esperanças dos melhores dias. Para eles, tudo é diversão e alegria. “Se não fosse esse forró para vir na quinta, eu não sei o que seria, porque não tenho muito o eu fazer em casa”, revelou um dos idosos. São pessoas que estão na terceira idade, mas não se entregaram às doenças oportunistas, nem à acomodação da vida espremida numa aposentadoria de salário mínimo. Estão semanalmente se divertindo, dançando, se cotizando, comemorando aniversários e mostrando que a felicidade está onde a pessoa quiser.

Na quinta, eles comemoraram os 15 anos da Associação e também o aniversário da veterana Maria de Fátima Barbosa, que completou 51 anos, com a animação de Dênis do Acordeom, tocando o forró ao vivo.

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