O evento acontece na noite deste sábado, 3, no Sítio São José, distante cerca de 18km da sede de Iguatu. O Festival de Sementes Crioulas, que chega à quinta edição, mobiliza famílias agricultoras, entidades e público em geral para esse momento importante que tem na programação momentos de reflexão, cultura popular e troca de sementes.
O festival é também um convite às pessoas mais novas a conhecer memórias das festas e sementes crioulas. “A programação terá um momento de falas e trocas de experiências, depoimentos e saberes. Haverá também a exposição de sementes, trocas e distribuição de sementes e mudas de plantas nativas, frutíferas e medicinais”, destacou Helton Pereira, que integra a organização do evento que é realizada pela Associação de Moradores e Agricultores do Sítio São José.
Para o ambientalista Dauyzio Silva, o encontro serve como estímulo para contribuição e conservação de sementes nativas, do meio ambiente. “Um momento de grande enriquecimento cultural com histórias que servem de inspiração para que mais pessoas voltem a conhecer e plantar essas sementes crioulas, como são chamadas”.
Expectativa
A organização do evento espera que haja boa participação popular. “Depois da pandemia, sentimos os agricultores um pouco desmotivados. Mas, vamos manter o evento, que já se tornou uma tradição em nossa comunidade. Por que realizamos no início de dezembro? Em virtude de o dia de Santa Luzia ser dia 13, e que é o dia de semear as sementes de melancia, jerimum, melão, entre outras. Segundo nossos agricultores experientes, essas sementes que têm uma cultura mais ligeira são plantadas antes da quadra invernosa, no período de pré-estação chuvosa. Temos uma boa expectativa que o inverno vai ser promissor. Este ano a expectativa é de um bom inverno, e iniciado bem cedo ”, ponderou Helton.
“Sabemos que há poucos agricultores que cultivam ainda as sementes crioulas, mas temos iniciativas bonitas, as chamadas roças de sequeiro e os quintais durante o ano todo. Inclusive mulheres liderando as roças da família. O encontro tem como objetivo fazer um resgate das sementes tradicionais, aquelas que eram plantadas, guardadas e repassadas pelos nossos ancestrais. Além de ser sementes livres de transgênicos, sendo também mais resistentes às pragas, e às fases de estiagem”, ressaltou Helton, afirmando que a ideia do evento surgiu de um intercâmbio que alguns agricultores fizeram em uma escola de agroecologia em Glória do Goitá, no estado do Pernambuco em 2015. “Trouxemos a ideia de fazer algo que pudéssemos divulgar e incentivar a agroecologia, diversificar a produção e melhorar a segurança alimentar. Passamos a contar com parceiros entre esses a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do município de Iguatu, Secretaria de Meio Ambiente, Cáritas Diocesana de Iguatu e alguns empreendedores da comunidade. Espero todos no Bar do Eduardo, onde vai acontecer o festival. Na parte cultural teremos a participação da banda Meninos Forrozeiros, músicos da nossa região”, finalizou.
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