Iguatu perdeu a tradição de Carnaval, mas num passado recente a cidade já sediou a festa momina em espaços públicos, tradicionais bailes de clubes e os blocos. Um dos que ainda resiste é “Os Cobras”, do bairro 7 de setembro, outro também que reúne muitos foliões, na terça-feira de carnaval, fica no bairro São Sebastião, na praça Alcântara Nogueira, em frente à Clínica Cuidar.
Há 18 anos, um grupo de amigos, que costumava se divertir jogando bola onde hoje é a Catedral de São José, numa terça-feira de carnaval, o mais ‘gaiato’ entre eles, Rivelino Rodrigues, chegou para a partida vestido de roupas femininas. Foi um gatilho para despertar na turma a brincadeira. “Foi assim que surgiu nossa brincadeira, depois a cada ano, foram surgindo mais pessoas fantasiadas e, assim, deixamos o futebol. Na terça-feira, não tem mais o racha, mas sim essa grande confraternização de amigos e família”, contou Rivelino, que é motorista.
A concentração começa cedo. Por volta das 10h, os primeiros foliões vão chegando, não demora muito e a praça recebe um grande número de brincantes. “Antes eram só mais os vizinhos, hoje vêm os vizinhos, os amigos dos vizinhos, outras pessoas que passam e param e assim a gente faz nosso tradicional carnaval. Cada um traz sua bebida, tira gosto, mesa, cadeira, e a gente faz a festa. É uma brincadeira sadia, sem falta de respeito. Porque aqui vem a família, crianças, jovens adultos, idosos. Todo mundo”, disse.
Brincadeira e tradição
A disputa pela bola foi substituída pela faixa de “Rainha”, com desfile e tudo. A rainha acaba sendo eleita por aclamação popular. Nesse ano, a festa contou com animação de paredão de som. O aposentado Abelardo Neto sempre traz alguma novidade. Este ano trouxe para distribuir para os foliões confetes feitos com materiais recicláveis, que ele mesmo faz. “Tem esse apelo ecológico. Dentro da embalagem, além dos confetes, tem uns que são premiados. Daí o folião pode ganhar alguns prêmios, são brindes, mas o que vale é a brincadeira. Manter viva essa nossa tradição que faz parte da nossa cultura que é o carnaval”, disse.
Agora, depois de 2 anos sem a folia, por conta da pandemia da Covid-19, já fica a saudade para o carnaval do próximo ano. “Nossa brincadeira entra pela noite. E já estamos com vontade para o carnaval que vem. Só temos a agradecer a todos pela boa brincadeira que foi”, completou Rivelino, já prevendo a próxima festa momina.
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