Por Fabrício Moreira da Costa (Advogado e contista)

É assim que Vicente das Lavras, Presidente da Instituição não Governamental Pau de Jacu, sempre fala quando quer dizer as coisas pros amigos e parceiros no mercado público histórico de Icó, tão cheio de histórias como corregedor de verdades e de conversas fiadas.

Uso então o Vicente das Lavras para pedir sua atenção, que o assunto é sério. Recentemente veio à mídia uma notícia de que o governador do Ceará, o advogado Elmano de Freitas, havia criado um grupo de trabalho para entrar no jogo ou na briga dessa arrumação que o Piauí inventou, de achar que é dono da Serra da Ibiapaba e cercanias, como lá embaixo, na Granja dos Arrudas.

Na verdade, é bom que se diga, que esse grupo existiu, criado pela governadora Izolda Cela, à época, para cuidar do assunto, mas pelo período de seu governo. Se auto-extinguiu com o fim de seu mandato.

Aí, pra não deixar a peteca cair, Elmano de Freitas recriou o movimento. Só que por enquanto ninguém se buliu, a não ser o pessoal que há tempos cuida do assunto dentro da Assembleia Legislativa, onde estão, aparentemente, os maiores interessados.

A senadora Augusta Brito, ponta de lança da defesa do Ceará, eis que seu título, certidão de nascimento, DNA e começo de carreira política vêm do município de Graça, cidade de onde foi prefeita, onde teve maioria para seus mandatos de deputada estadual e que fica no pé da Serra Grande, o que se poderia chamar de o verdadeiro pé de serra.

– A Graça interessa demais o tema e assim, a senadora é carne viva desse processo.

Com uma agenda cheia, sob o ponto de vista político, no Senado, Augusta Brito deverá botar o bloco na rua quando passar a Semana Santa.

Com documentos importantes numa pasta especial, vai participar, pra juntar “aos autos”, o livro de um professor da Ibiapaba, de Viçosa a Tianguá, onde disseca o assunto e mostrar documentos do Império onde a Serra Grande é cearense e nunca teve nada com o Piauí de Mão Santa, a não ser a vizinhança.

Aliás, o Piauí nunca agradeceu ao Ceará por ter mar, pois Parnaíba com Amarração e o lindíssimo Delta foram doados, de mão beijada pelo Ceará, numa deferência especial ao velho rio Parnaíba que vinha desaguar do mar cearense, com suas barbas brancas, no dizer do poeta.

Pois bem. Chego pra briga acerca do tema. Se quiserem conversa, aqui tem café no bule e oitiva pra dia e meio de argumento e documentos que o Padre Antônio Vieira bem sabia que tinha, quando morou em Viçosa do Ceará pra acalmar os índios que andaram comendo uns religiosos por lá, na água grande e com pouco tempero.

Finalmente, por questão de justiça, o então deputado estadual Neto Nunes, quando no exercício dos seus dois mandatos e por designação da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, foi o guardião do Ceará e não permitiu, desde aquela época, que alguns municípios cearenses e o seu povo fossem “banhar” nas terras do Piauí.

Tenho dito, por enquanto!