Nesta sexta-feira, 16, a secretária de Saúde do Ceará, Tânia Mara, cumpriu agenda na cidade de Iguatu. A titular da pasta veio acompanhada de seu corpo técnico e representantes de conselhos de secretarias além dos deputados estaduais Agenor Neto (MDB), Marcos Sobreira (PDT) e Nizo Costa (PT). A comitiva visitou o Hospital Regional de Iguatu – HRI, unidade centro das discussões em meio à falta de insumos, atrasos salariais com cooperados contratados e falta de profissionais especialistas.
O HRI passa por uma auditoria que a secretaria estadual apontou até o momento como inconclusiva. O trabalho visa identificar de maneira parcial o desempenho das operações e aplicação dos recursos e apontar eventuais problemas de financiamento e gestão. “O governador está sensibilizado. Viemos obter mais informações do HRI, pegar documentos e ver a infraestrutura. Esse é o maior motivo da minha vinda. Só vamos aplicar alguma medida quando tiver mais informações. Assim decidimos os próximos passos. A auditoria foi inconclusiva. Recebemos mais informações da Secretaria de Saúde do município e ainda estamos com alguns documentos pendentes. Isso atrapalha um pouco, mas vamos sentar e chegar ao entendimento”, disse Tânia.
A secretária não antecipou data para apresentação da auditoria e tomada de decisão. “A gente vai sim fazer um processo de estabilização do hospital. O caminho que vamos seguir para isso, vamos decidir depois que obtermos as informações necessárias. Queremos voltar e apresentar o que foi visto. Não há prazo, mas esperamos que o mais rápido possível porque a população precisa”, disse.
Município
O HRI é porta de entrada para mais de 10 cidades da região. Marleuda Gonçalves, secretária da pasta municipal, relaciona o problema à defasagem dos recursos em relação ao atual custeio de insumos e corpo de trabalho. Ela alega ainda atrasos de repasses do Governo do Estado que atrapalham a agenda de pagamento elaborada pelo poder público local. “Já mostramos nossa capacidade de habilitação de novos serviços, e mostramos números do HRI de porta de entrada, de cirurgias. Mostramos os custos operacionais com despesas e receitas. Custeamos 30% da saúde sendo que nossa obrigação é de 15%”, afirmou.
Em outros momentos foi tentada articulação em busca de um pacto financeiro com os demais municípios da região, mas sem sucesso. A pasta local, em últimos posicionamentos, chegou a informar que o poder público municipal fazia investimentos na unidade acima do teto.
Estadualização
O poder público municipal sinaliza de maneira favorável o repasse da unidade para o estado. Com a estadualização, o hospital teria sua gestão sob responsabilidade do governo estadual. “Estamos levantando dados e a possibilidade de que isso aconteça. Não quer dizer que vamos fazer isso. Precisamos saber qual rumo dar ao hospital. E só vamos definir quando tiver as informações necessárias. Queremos estabilizar o (hospital) para que a população tenha uma saúde digna. Precisamos sentar e discutir toda a situação econômica e financeira do hospital e dimensionamento de pessoal e sua estrutura física”, disse Marleuda.
Hospital do Centro-Sul
Promessa de campanha do governador Elmano de Freitas (PT), a construção do Hospital Regional de Centro Sul no perfil das unidades do Cariri, Sertão Central, Região Norte e Vale do Jaguaribe também foi comentado pela secretária. “Existe a possibilidade (construir). E há o estudo de se for o caso de aproveitar a estrutura do HRI. Só podemos definir isso quando tivermos concluída todas as informações que precisamos ter”, resumiu.
Os hospitais regionais de outros centros do estado descentralizaram os atendimentos em saúde e desafogaram a demanda na capital. Caso se concretize, o Ceará terá cinco hospitais regionais, de nível terciário, que atendem casos de alta complexidade.
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