A agenda internacional do presidente Lula incomoda seus desafetos de tal forma e em tal proporção que causaria dó, não se tratasse de gente mesquinha no sentido mais profundo da mesquinhez, aquela que é capaz de torcer pelo insucesso de alguém pelo simples fato de não simpatizar com ele. Insisto: é tão grande o desalento dessa gente, que mereceria piedade, não fosse revoltante o tamanho da indignidade que dá a ver.
Essa gente se contorce de frustração, se morde de inveja, cai em prantos no silêncio cúmplice de sua solidão. Nacionalistas de araque os que torcem contra os avanços da economia, a queda da inflação e dos preços dos combustíveis, a retomada do prestígio lá fora, os que não têm olhos para enxergar a transformação por que passa o país em menos de um semestre do novo governo.
Na capital italiana, para se ter uma ideia, Lula almoçou com o chefe de Estado Sergio Mattarela, cuja conversa teve como ponto central a questão geopolítica em torno da Guerra da Ucrânia, tema em que o presidente brasileiro tem assumido um protagonismo que incomoda a muita gente e lhe dá visibilidade internacional como porta-voz dos defensores da paz; os dois chefes de Estado discutiram ainda a política de preservação ambiental, a questão climática da Amazônia e o papel do Brasil na diplomacia ambiental como um todo, além das questões econômicas envolvendo União Europeia e Mercosul. Foi recebido no Vaticano não apenas como chefe de Estado, mas como amigo do papa Francisco, e, mais uma vez, identificado como líder das discussões sobre a Guerra da Ucrânia, o respeito aos indígenas e das lutas contra a pobreza.
Esteve com o ex-premiê italiano Massimo D’Alema (1998-2000) e com a secretária-geral do Partido Democrático (centro-esquerda) Elly Schein, nome de maior realce no país em oposição ao governo de Giorgia Meloni, tratando dos problemas enfrentados pela democracia no Ocidente. E, finalmente, Lula foi recebido no Palácio Chigi, sede do governo italiano, pela primeira-ministra Giorgia Meloni, com quem tratou das relações oficiais Brasil-Itália.
Nesta sexta-feira, enquanto escrevo a coluna de hoje, Lula participa de cúpula sobre pacto financeiro com o presidente francês Emmanuel Macron, e, à noite, jantará com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.
Sem contar que, ainda na quinta-feira, Lula fez discurso de “notável estadista” no evento Power Our Planet, promoção da Global Citizen, no Campo de Marte, em Paris, a convite do músico inglês Chris Martin, líder da banda britânica Coldplay. Lula foi ovacionado pela multidão.
Em seu terceiro mandato, em que pese a sanha de seus adversários no sentido de dificultar as coisas no Congresso, o presidente Lula repõe o Brasil nos trilhos, situa-o entre as grandes potências mundiais, reconquista o respeito internacional e “azeita” com sucesso o plano de desenvolvimento proposto em campanha para o país.
Ocorre-me lembrar de suas palavras sobre Juscelino Kubitschek, em biografia incontornável do ex-presidente assinada pelo jornalista Claudio Bojunga: “Acho que o melhor presidente que o Brasil já teve foi Juscelino Kubitschek. Não acredito em quem não tem objetivos, não tem projetos, não sonha alto. Eu acredito em gente como Juscelino.”*
Em pouco tempo, presidente Lula, dirão o mesmo de você.
*JK O Artista do Impossível, Claudio Bojunga, Objetiva, 2001.
Álder Teixeira é Mestre em literatura Brasileira e Doutor em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais
0 comentários