Rogério Gomes

Correspondente em Fortaleza

A guerra interna no PDT estadual ganhou novo capítulo nesta semana. O grupo do senador Cid Gomes conseguiu mais de 50 assinaturas para convocar uma nova eleição do diretório estadual do PDT. A iniciativa é uma tentativa para que Cid retorne ao comando da legenda no Ceará. O senador foi destituído da função pelo presidente nacional interino do partido, o deputado federal cearense André Figueiredo.

Pelo estatuto do PDT, é necessário que o requerimento de convocação tenha pelo menos 28 assinaturas dos membros titulares da diretoria, e o grupo de Cid Gomes conseguiu quase o dobro.

A convocação da nova eleição está prevista para 16 de outubro. André Figueiredo compõe o grupo do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que deseja se manter distante do governador Elmano de Freitas (PT) e defende a reeleição do atual prefeito José Sarto. Os aliados de Cid Gomes querem que o candidato do PDT à Prefeitura de Fortaleza em 2024 seja o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão.

Pano de fundo

Segundo o ex-prefeito Roberto Cláudio, o senador Cid Gomes vinha questionando o direito à reeleição do atual prefeito de Fortaleza, José Sarto. “Existia um diretório estadual que colocava em dúvida ou em questionamento a natural reeleição de um filiado que está sentado na cadeira e com uma grande obra em execução”, afirmou Roberto Cláudio.

Já para o líder do governo na Assembleia Legislativa, Romeu Aldigueri (PDT), é preciso aceitar a vontade da maioria. “Temos o direito regimental de convocar o diretório, não temos? É convocado por um terço, nós temos a maioria absoluta. Nós fomos desmoralizados, desrespeitados, então é a prevalência interna”, disse Aldigueri, que faz parte dos aliados de Cid Gomes.

O líder do Governo na Assembleia Legislativa ainda alerta para a estratégia de isolamento política posta em prática por André Figueiredo. “Temos 57 prefeitos e 55 estão com o senador Cid. Todos os deputados federais, com exceção do André, estão com Cid. De 13 deputados estaduais, dez estão com Cid. Queremos esquecer a eleição de 2022, as urnas já falaram. Nós temos a eleição municipal a fazer. Do jeito que vai, nós vamos perder 98% dos prefeitos, vão sair do partido. Se fizer uma enquete hoje, 90% dos deputados estaduais e federais desejam sair do partido porque estão se achando discriminados, perseguidos”, declarou.