Estudantes do 2º ano ‘C’, ensino médio, da escola em tempo integral Edson Luiz Cavalcante Gouvêa, bairro Altiplano, estão finalizando pesquisa de campo sobre o uso do cigarro eletrônico.
A ideia da pesquisa foi de um dos alunos da equipe composta por sete estudantes: Diogo Clementino da Silva, José Nikolas Silva Costa, Kauane Cassemiro Silva, Luís Gabriel Chaves Silva, Náyla Raiane David Araújo, Nikolas Andrade Mendes e Pedro Henrique Gomes de Sousa, sob a orientação dos professores Alexandra Mari de Andrade e Talisson Wallace Gomes de Anselmo. O professor da disciplina de núcleo, José Dalankerson Galvão da Silva, deu grande contribuição para a montagem do projeto. Alexandra Andrade, professora orientadora, destacou a importância do NTPPS para o desenvolvimento e aprendizagem dos estudantes. “O NTPPS é uma das disciplinas de destaque nas escolas em tempo integral. Nessas aulas o professor apresenta o passo a passo de como construir um projeto. Desde a escolha do tema, as partes do projeto, as fases da pesquisa”, ressaltou.
O trabalho já foi apresentado em sala de aula para outros estudantes, professores e equipe pedagógica da escola, como disciplina do NTPPS – Núcleo de Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais. Agora os estudantes se preparam para outro evento que acontecerá na própria escola no dia 14 de novembro. A professora Alexandra Andrade, orientadora no projeto, explicou que a meta é apresentar o projeto em outros eventos, feiras, exposições, para dar ainda mais oxigênio à pesquisa dos estudantes.
Motivação
De acordo os estudantes, a ideia do projeto é mostrar de forma objetiva os perigos do uso do cigarro eletrônico para a saúde, em particular dos jovens. Conforme o levantamento, mesmo os cigarros eletrônicos sendo apresentados como opção de menor potencial ofensivo, se comparados aos cigarros tradicionais, existem muitas características desconhecidas que não aparecem nas ‘entrelinhas’ dos vieses publicitários.
A pesquisa dos estudantes cita os estudos realizados recentemente que revelam preocupações alarmantes, sobre os danos causados à saúde, e os impactos no sistema respiratório, principalmente nos pulmões, os efeitos nocivos ao sistema imunológico, deixando o usuário bem mais vulnerável às doenças cardiovasculares, com efeitos nocivos ao desenvolvimento cerebral. Com base nessas informações, os estudantes consideraram que é urgente chamar a atenção dos jovens sobre os riscos, repassando as informações que têm base científica, para evitar o primeiro trago, preservando a saúde.
Segundo o que revelam estudos anteriores à pesquisa, os cigarros eletrônicos contêm a nicotina, substância altamente viciante, que pode levar usuários rapidamente à dependência química, estabelecendo um ciclo vicioso que dificulta a suspensão do hábito. Além disso, pesquisas também alertam que os CEs podem funcionar como porta de entrada para outras substâncias, como cigarros convencionais, álcool e outras drogas consideradas lícitas. “Se conscientizarmos os jovens sobre os riscos de dependência e a potencial migração para o uso de outras substâncias, podemos ajudá-los a evitar o uso dessas substâncias, que são prejudiciais para sua saúde”, frisou um dos estudantes.
Objetivos
O objetivo geral da pesquisa é investigar diretamente a exposição dos jovens ao uso dos ‘vaporizadores’ eletrônicos. Os cigarros, diferentemente dos tradicionais que liberam a fumaça durante a queima do fumo e do papel, liberam vapor ‘tóxico’, com muito mais potencial de alcançar o sistema respiratório.
Avaliar a percepção de riscos dos jovens em relação ao uso de vaporizadores eletrônicos, examinar a frequência de uso dos vaporizadores entre jovens e verificar a relação entre o uso de vaporizadores eletrônicos e o uso de outras drogas, estão entre os objetivos da pesquisa também.
A pesquisa também foi importante para indicar os lugares preferidos pelos usuários como festas, boates, praças, bares e outros ambientes. Segundo os dados pesquisados, a motivação para o aumento no consumo é a falsa impressão de que os vaporizadores são menos prejudiciais à saúde.
Durante as conversas informais com os jovens, os estudantes perceberam que ainda perdura uma dúvida comum entre eles: ‘se existe algum malefício nos dispositivos ditos sem nicotina’. Os estudantes constataram o que já havia sido objeto de pesquisa científica sobre o produto, que “Na verdade, o calor necessário para produzir o vapor resulta em reações químicas que transformam essas substâncias em sua forma tóxica, o que certamente prejudica a saúde, uma vez que esses componentes nocivos, liberados no vapor chegam aos pulmões numa velocidade muito maior que a fumaça do cigarro tradicional.
Saiba mais
O cigarro eletrônico, desenvolvido pelo farmacêutico chinês Hon Lik e patenteado em 2003, surgiu como uma forma alternativa de reposição de Nicotina para as pessoas que desejavam parar de fumar, mas eram dependentes dela, por causa do tabaco. Mas curiosamente, outras substâncias podem ser encontradas no dispositivo dentre elas: acroleína, propilenoglicol e glicerina. Além delas, os aromatizantes também estão inclusos. Os aromatizantes foram introduzidos para disfarçar o odor da nicotina e suas variantes.
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