Crise da coleta do lixo expõe denúncias e insatisfação popular

28/10/2023

Querendo ou não a crise que se instalou no âmbito dos serviços de varrição e coleta do lixo já expôs naturalmente a sujeira, trazendo à tona denúncias, fragilidades e espera. Os amontoados de lixo em toda área urbana da cidade e nas comunidades rurais são o retrato do acirramento histórico dos grupos políticos para se manterem no governo do município.

A suspensão recente do contrato com a empresa que prestava os serviços foi o estopim da crise. O prefeito Ronald Bezerra alegou, para a suspensão, situação irregular da empresa com as certidões, o que na visão do prefeito a impedia de legalmente prestar os serviços. Também foi decisão de Ronald a contratação de outra empresa, oriunda do município de Hidrolândia. Um contrato de três meses, pelo qual o município vai desembolsar recursos da ordem de R$ 1,5 mi, cerca de 500 mil por cada mês. Informação dos bastidores da prefeitura dão conta de que no contrato anterior o município pagava em torno de R$ 900 mil.

Ação emergencial

Em três semanas de profunda crise e incertezas no trabalho de recolhimento do lixo houve angústia, indignação e protestos. Garis revoltados pelo descaso com o pagamento de salários interditaram a Av. Dr. José Holanda Montenegro colocando depósitos de lixo, carrinhos de mão e até o próprio lixo espalhado no meio da rua. A angústia e desespero dos garis, pela escassez do pagamento para suprir suas famílias, foi semelhante à indignação da população, pela situação caótica a que a cidade foi submetida, com o lixo acumulado nas ruas, sujeira com o lixo espalhados pelos animais, fedentina e exposição a doenças, às mais diversas.

Com a suspensão do contrato com a empresa BRASERV, que fazia a limpeza, a prefeitura implementou um plano B, improvisando as operações de recolhimento do lixo usando as ferramentas e pessoal disponíveis. Ação emergencial, contudo insuficiente para atender a demanda de lixo para recolher. São pelo menos 20 bairros, cujos moradores produzem 80% do lixo gerado. Em locais mais distantes da área central, como Fomento, Mirante Verde, Chapadinha, Cajazeiras, Vila Neuma, Moura e Tanque, os moradores foram duramente penalizados, pois tiveram que conviver com lixo nas ruas, mau cheiro e o pior dos pesadelos, a incerteza.

Força tarefa

Marcos Ageu, secretário de Governo, montou com a equipe da Secretaria de Infraestrutura um cronograma de trabalho para suprir as carências geradas com a saída da contratada anterior. Ageu manteve o mapeamento anterior com a cidade dividida em duas áreas, considerando como marco de referência geográfico, a linha férrea. Da ferrovia para o lado do Cocobó e adjacências, a ‘força tarefa’ continuou recolhendo o lixo às terças, quintas e sábados, e do lado de baixo em direção ao aeroporto e todos os bairros, às segundas, quartas e sextas.

Nesta terceira semana da crise da coleta, a empresa Nova Hidrolândia começou a operar, inclusive com carro-coletor, que os garis e trabalhadores do lixão da Chapadinha chamam de ‘moedor’. Um trabalho conjunto, entre empresa e equipes da prefeitura, numa corrida contra o tempo para recolher todo lixo depositado nas ruas e calçadas na tentativa de minimizar a crise instalada, evitando o prolongamento dos dias com o lixo amontoado, automaticamente reduzir os reclames da população.

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