Deputado expressa cautela sobre possibilidade de ‘Porto Seco’ em Iguatu

23/12/2023

O debate em torno da instalação de um Porto Seco na região de Iguatu, impulsionado por movimentos políticos locais e anúncios da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – Sudene, encontrou um tom de cautela e preocupação expresso pelo deputado federal Danilo Forte (UNIÃO) durante visita à cidade.

O projeto propõe aproveitar a rota da Transnordestina, que atravessa Iguatu, para estabelecer um polo de cargas visando a impulsionar o desenvolvimento logístico não só do Ceará, mas de toda a região Nordeste. No entanto, Forte demonstrou reservas quanto à viabilidade imediata desse empreendimento.

“É um desejo que pode se viabilizar, mas há questões tributárias a serem consideradas”, afirmou o deputado em referência à imunidade tributária que o Porto Seco proporciona. Ele destacou a necessidade de análise sobre como a recente reforma tributária no país impactaria esse tipo de iniciativa.

Em 2021, a Sudene chegou a anunciar o início de um estudo para a construção de um Porto Seco na Região Centro-Sul do Ceará entre os municípios de Iguatu e Quixadá. Porém, o estudo nunca foi apresentado e a área nunca definida.

Prioridades

Para o deputado, antes de pensar em grandes projetos como o Porto Seco, é necessário priorizar ajustes locais em Iguatu. Ele enfatizou a importância de arrumar questões internas da cidade antes de alçar voos mais altos. “Eu acho que é um momento de reflexão e um debate que precisa ser feito em Brasília. Primeiro nós temos que arrumar muita coisa aqui dentro [Iguatu], para poder a gente sonhar mais alto”, disse Danilo.

O parlamentar também abordou a necessidade de carga e um propósito específico para o porto, indicando que se o destino final for o transporte de minério, isso poderia gerar custos logísticos excessivos para Iguatu. No entanto, se a proposta for eletrométrica, poderia haver espaço para a criação de uma subestação ou um polo industrial ao redor do Porto Seco, tornando o projeto mais viável.

“Se a carga, o destino final for minério, não tem por que parar aqui. Vai ser um custo de logística exagerado para parar no Iguatu. Se for eletrométrico, aí não. Você pode criar uma área de parada, e se for para agregar novos produtos, um polo industrial em torno do Porto Seco, aí sim, aí se viabiliza. Primeiro precisa trazer a indústria”.

Alternativa

Forte sugeriu um direcionamento para indústrias compatíveis com a vocação regional, citando o exemplo da produção de laticínios na região. Ele destacou que a produção considerável de leite local deveria ser industrializada em Iguatu, ao invés de ser enviada para processamento em outras localidades.

“Eu acho que está na hora de a gente pensar um projeto de uma indústria de laticínio para a região. Iguatu teve mais de 60 milhões de litros produzidos de leite no ano passado. Em Jucás, está produzindo mais de 40 mil litros de leite por dia. Não tem sentido esse leite sair daqui para ser industrializado. Acho que o que a gente precisa agora é trazer indústrias mais factíveis com a vocação que a região tem. Esse negócio de estar vendendo só terra na lua não é comigo, não”, disse Danilo.

Sobre a Transnordestina, o deputado ressaltou que, inicialmente, seria utilizada para o transporte de minério do Sul do Piauí e soja do Maranhão, o que indica que ainda há desafios a serem superados para implementar novos fluxos logísticos na região. “A Transnordestina, no primeiro momento, vai ser usada para transportar o minério do Sul do Piauí e a soja do Maranhão. Ainda não é uma condição simples”, disse.

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