Um certo (certíssimo) dia, Almir Sater decide ir à casa de Renato Teixeira para um jantar desses comuns entre amigos.
Enquanto a esposa do Renato preparava a mesa, ele e o Almir conversavam na sala e, graças a Deus, lá havia um violão velho encostado, faltando até uma de suas cordas.
Então o Almir pega o instrumento e, simplesmente, assim, do nada, começa a dedilhar uma melodia e o Renato, atento como sempre, ouvindo “aquilo”, começou a escrever rapidamente uma letra que se encaixava perfeitamente naquela melodia! Em dois minutos a música estava completamente pronta!
Nenhum dos dois deu muita importância àquela canção e, em seguida, ambos jantaram, beberam vinho e jogaram conversa fora!
Chegando em casa, Almir, ainda sem entender a música que acabara de compor, mostra-a à sua família e, imediatamente, as pessoas falam: olha, essa é a música mais linda que você escreveu nos últimos tempos.
Dias depois, Almir recebe um telefonema de ninguém mais, ninguém menos, do que Maria Bethânia. Na ocasião ela pergunta se ele não teria uma música para que ela pudesse colocar no seu novo álbum.
Ele responde que tem apenas uma e que o Renato Teixeira iria gravar em breve; mesmo assim Bethânia insiste e pede que ele, mesmo ao telefone, apresente a música a ela; então ele começa: ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais…
Betânia, que não é boba nem nada, imediatamente responde: essa música é minha!
E o resto da história a gente já sabe!
Questionado, certa vez, pela saudosa Inezita Barroso, em seu programa, na TV Cultura, Viola, Minha Viola, de onde veio a inspiração para compor Tocando em Frente, Almir Sater responde: trata-se de um grande presente que eu e o Renato recebemos. Não há talento humano capaz de compor algo tão forte e tão marcante em apenas dois minutos. Não tenho dúvidas que essa canção foi psicografada mesmo.
E aí…
Talento, inspiração, espiritualidade ou ambos?
Qual a sua opinião?
Bom final de semana!
Kleyton Bandeira
Cantor, compositor e pesquisador cultural
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