Cavalo abandonado com sinais de maus-tratos é resgatado, levado para Juazeiro, mas morre na viagem

27/04/2024

Um caso de animal abandonado com sinais de maus-tratos foi denunciado nesta semana pela ONG Vira Lata de Raça. O fato repercutiu nas redes sociais, depois que imagens do animal totalmente debilitado, sem forças e doente foram compartilhadas.

Tratava-se de um cavalo, encontrado amarrado e totalmente debilitado, aparentemente há dias sem comer e sem beber água.

Apesar de todo esforço dos envolvidos, o animal não resistiu e morreu a caminho de Juazeiro. O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência na Delegacia Regional de Polícia Civil. A polícia está investigando. Abandono de animais é crime ambiental previsto em lei. Agora o caso está sob a investigação da Delegacia Regional de Polícia Civil.

De acordo com a atual legislação brasileira, abandonar animal é crime previsto na Lei 9.605/98, artigo 32. A pena para quem comete o crime de maus-tratos aos animais prevê três meses a um ano de detenção, e recentemente a pena para violência contra cães e gatos aumentou de 2 a 5 anos de prisão. A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causar a morte do animal.

O médico veterinário Rafael Lavor, que atendeu o cavalo no local, informou que o caso é de complicação, porque o cavalo já devia estar muito fraco, com sérios problemas nutricionais. Segundo ele, o cavalo apresentava nível elevado de desnutrição, um ferimento no globo ocular, uma lesão numa das patas e grau elevado também de anemia, além de infecção pulmonar. O veterinário ressaltou que outros problemas poderiam ser identificados com a realização de exame.

Fome, sede e feridas

De acordo com Ana Valéria Rodrigues, diretora da ONG, a denúncia chegou até ela através de uma pessoa não identificada que teria inclusive desamarrado o animal. Há suspeitas que o dono do animal esteve no local usando roupas disfarçadas para não ser reconhecido. Uma mulher que o reconheceu anunciou quem era o dono, ainda houve bate-boca e acirramento dos ânimos, mas depois ambos foram dialogar.

Ana Valéria e o esposo Rubens estiveram no local e constataram a denúncia. Segundo ela, o cavalo estava tão debilitado que não conseguia levantar. O animal apresentava visíveis sinais de desidratação, por causa do período sem beber água e falta de alimentação. Os próprios representantes da ONG se encarregaram de providenciar água e comida, ao mesmo tempo em que solicitaram ajuda de voluntários, através das redes sociais, visando a remover o animal para um local coberto, já que o local onde o bicho foi encontrado não tem proteção.

Segundo a denúncia, o cavalo também apresentava um ferimento numa das patas traseiras provavelmente causado pela corda de náilon que o mantinha preso. O ferimento estava tão infeccionado que estava cheio de larvas.

Proteção animal

A reportagem entrou em contato com o secretário de Proteção Animal, Valdemiro Neto, para falar sobre a reclamação da voluntária Ana Valéria de que a ONG teria arcado com todos os gastos para resgate e socorro ao cavalo, e que o valor do frete até Juazeiro teria sido arcado pela ONG, dinheiro arrecadado com as pessoas, através das redes sociais, porque, segundo ela, o município teria sido procurado, mas alegou não ter veículo adequado para transportar o animal de grande porte.

Valdemiro Neto informou que a Secretaria de Proteção Animal, de fato, não dispõe de veículo adequado para transportar animal de grande porte, mas em nenhum momento foi procurado para tratar sobre o assunto. O secretário informou que fez a checagem na secretaria, falou com o secretário adjunto, mas ninguém tomou conhecimento de que a ONG teria buscado ajuda.

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