Faltando apenas três dias para a festa de Nossa Senhora de Fátima, que acontece na terça-feira, 13, e segue todas as noites, às 19h o novenário em devoção à padroeira do Bairro Veneza. A capela erguida há 19 anos na comunidade é o maior símbolo da religiosidade para devotos.
Mas a devoção à Santa é bem mais antiga. Dona Maria de Jesus, 96, chamada carinhosamente de dona Juriti, ainda hoje, participa de todas as noites das celebrações. Ela lembra que bem antes de existir a capela, as novenas aconteciam nas casas. “A gente saía pelo bairro com a imagem de Nossa Senhora, celebrando nas casas. Tinha gente que gostava, recebia muito bem, tinha outros que marcavam, mais no dia da novena estavam de porta fechada. Então a gente celebrava na calçada”, lembrou a alegre dona Juriti, contando ainda que a comunidade foi se fortalecendo na fé ao longo desse tempo. “Quem nos protege é Deus, Nossa Senhora de Fátima nos ampara. Já passei por tanta coisa nessa vida, que só eu e Deus sabe. Mas tô aqui, viva, com saúde e com muita devoção”, ressaltou.
Ela contou um pouco de como recebeu o ‘apelido’ de Juriti, que é uma ave pequena. “Foi minha mãe que disse que eu era muito pequeninha, ainda hoje eu sou, me chamava de Juritizinha. Pegou. Quando cresci, não ia brigar com o povo. Ainda hoje, sou conhecida por dona Juriti. O que posso fazer?”, sorriu e agradeceu por mais um ano participar com saúde do novenário da Santa padroeira do bairro onde mora.
Milagres
Entre tantas histórias e relatos de agradecimentos por graças alcançadas, Elaine Macedo aproveitou a oportunidade do novenário para apresentar uma graça alcançada. “No dia 29 de outubro de 2023, Elisa engoliu uma correntinha, mas graças a Deus não tinha pingente. A partir dali começou a aflição da família. Ela foi socorrida para o Hospital Regional, de lá foi transferida para o Cariri, por lá passaram sete dias e nada se resolvia. Ela foi trazida para Iguatu novamente para ser encaminhada dessa vez para Fortaleza. Isso só aumentava nossa aflição. Foi quando eu pedi a Nossa Senhora de Fátima que intercedesse por esse milagre, porque se ela fosse para Fortaleza, seria uma cirurgia muito grande para uma criança de 3 anos, na época. Depois disso a gente voltou para o Regional, foi quando o médico examinou e disse que ela não precisava mais ser transferida para Fortaleza, que em 24h ela iria expelir o cordão. A graça foi alcançada. Viemos até o novenário agradecer e testemunhar nossa fé, porque sem a fé, não somos nada”, contou Elaine Macedo, tia da Elisa.
A professora aposentada Francisca Marques é outro exemplo de fé, devoção e graça alcançada. Ela, que enfrentou problemas de saúde, contou da emoção de participar de mais um ano de novenário. “É muita emoção e devoção. Essa festa a cada noite nos traz muitas recordações. Aqui foi uma escola. Ensinei aqui. Eu sou muito chorona. Realmente é muita emoção. Falar de Deus, da virgem Nossa Senhora, é muito emocionante, não tem como não emocionada e as lágrimas até correm pela gratidão”, disse.
A expectativa maior é para o dia 13, quando muitos devotos participam da missa e da tradicional procissão às 18h30. “Essa devoção bonita a Nossa Senhora, nesse mês Mariano, está no coração do povo. Ela apareceu para três pastorinhos, em Fátima, Portugal, e a partir desse momento foi sendo conhecida essa devoção por muitos países. Aqui no Brasil, principalmente no Nordeste, temos muitas capelas dedicadas à Nossa Senhora de Fátima. O povo tem esse carinho, poder celebrar com alegria essa devoção”, pontuou o bispo da diocese de Iguatu, dom Geraldo Freire, convidando as pessoas a participar dos festejos.
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